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23 de abril de 2024

Coligação de Richa pede exclusão da candidatura do ex-governador


Por Folhapress Publicado 18/09/2018 às 11h20 Atualizado 18/02/2023 às 08h14
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A candidatura ao Senado do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), preso temporariamente na semana passada, será contestada na Justiça por sua própria coligação. A pedido da governadora e candidata à reeleição Cida Borghetti (PP), que era vice de Richa, a coligação, por maioria, votou nesta segunda-feira (17) por excluir a candidatura do tucano da chapa.

O objetivo do grupo é ficar com apenas uma candidatura para o Senado, a de Alex Canziani (PTB). O PSDB, partido de Richa, votou contra.

Mas a decisão tem obstáculos: a lei eleitoral não prevê a possibilidade de afastar uma candidatura a pedido da coligação, sem a anuência do titular – a não ser em caso de morte, renúncia ou impedimento legal, como inelegibilidade ou expulsão do partido.

A prisão de Richa, realizada ainda na fase de investigação, não se enquadra em nenhuma dessas hipóteses. “É uma construção jurídica que vamos fazer, em cima da situação fática dele”, afirmou à reportagem a advogada Carla Karpstein, que atua para a coligação. “Em tese, o partido pode dispor de uma candidatura.”

A defesa do tucano rebate. “Não faz nenhum sentido. Não vão conseguir nem formular o pedido ao TRE [Tribunal Regional Eleitoral]”, afirmou o advogado Luiz Fernando Pereira, que defende o ex-governador na esfera eleitoral.

A investigação de Richa, suspeito de desvio de dinheiro público e libertado por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal) no sábado (15), rachou o grupo político do ex-governador.

O tucano anunciou que irá manter a campanha, e chegou a recorrer à Justiça para conseguir enviar sua propaganda eleitoral às emissoras de rádio e televisão – já que a coligação não incluía as inserções de Richa desde sua prisão.
Na noite desta segunda (17), o ex-governador assumiu um discurso crítico contra a investigação, e afirmou, na TV, que foi “vítima do Estado policial que alguns querem implantar no país”. “Os órgãos de investigação se comportam hoje como verdadeiro partido político […] Hoje, ameaçam a minha liberdade. Amanhã, pode ser a de vocês”.

A peça, porém, saiu cortada pela metade – porque a coligação de Cida Borghetti não cedeu o espaço na íntegra para Richa. “Não aceito, não admito, não compactuo com nenhum ato de desvio de conduta”, afirmou a atual governadora, que disse ainda que o tucano vinha realizando “campanha solo”, sem pedir votos para sua reeleição.

Até abril, Cida dividia o governo com o tucano. Na convenção que aclamou sua candidatura, os dois posaram de braços dados e erguidos, com Richa fazendo o “V” da vitória com os dedos. A aliança entre os dois, porém, era frágil, e foi costurada nos últimos dias antes do prazo final. Desde a prisão do aliado, a pepista tem dito que “cada um deve pagar por seus atos”.

Na propaganda eleitoral desta noite, o tucano afirmou que a Justiça irá reconhecer sua inocência, e disse que, “eleito ou não, vencerá a batalha”.

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