‘Frio e calculista’, diz médico sobre suspeito de ataque em pensionato
“Nesses meus 19 anos de resgate, eu nunca tinha dado de frente com uma pessoa tão fria e calculista, e que me dizia palavras absurdas referentes ao viver e o morrer.”
As palavras são do médico socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Maurício Lemos, que participou do atendimento às vítimas de um ataque na Zona 7, na madrugada deste domingo (17).
Um homem, de 26 anos, invadiu um pensionato e esfaqueou três jovens, segundo a Polícia Militar. Orivaldo José da Silva Filho, de 22 anos, morreu no local.
De acordo com Lemos, o Osvaldo dos Santos Pereira Junior tinha uma faca na cintura e não queria conversar com os policiais. Então, pediu para falar com o médico.
“Ele olhava pra mim e dizia: ‘doutor, tem pessoas que vão nascer, viver e morrer, e esses tinham que morrer agora. Está no antigo testamento’”, relembrou o médico durante entrevista à rádio Maringá FM.
Segundo ele, apesar de dizer palavras “totalmente desconexas”, o jovem estava lúcido e orientado, sabia dizer onde mora, o próprio nome completo e os nomes da mãe e do pai.
“Assustador”, definiu Lemos. De acordo com ele, o suspeito ainda confessou que se a polícia não tivesse chegado rapidamente, ele teria matado outras pessoas.
“Nós chegamos muito rápido, tanto a polícia, quanto a guarnição do Samu e Corpo de Bombeiros. Mas mesmo com essa rapidez, o primeiro que ele agrediu com uma facada entre o pescoço e o tórax, morreu na hora”, lamentou.
“Foi uma coisa que me marcou muito, mesmo com 19 anos de rua. Uma pessoa fria e que não tem problema com matar. Matar, [para ele], é um simples fato de cumprir uma teoria que ele mesmo formula. É um negócio impressionante.”
