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16 de abril de 2024

Cidades de MG têm evacuação de moradores por risco em barragens


Por Folhapress Publicado 08/02/2019 às 13h27 Atualizado 19/02/2023 às 23h03
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Duas cidades de Minas Gerais foram parcialmente evacuadas na madrugada desta sexta-feira (8) devido ao risco de rompimento de barragens. Os alertas ocorreram em Barão de Cocais, a 100 km de Belo Horizonte, e Itatiaiuçu, na região metropolitana. Ao todo, cerca de 700 pessoas foram desalojadas.

Em Barão de Cocais, a Vale deu início a uma evacuação de 500 pessoas das comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras. A Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou a implantação do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) após a avaliação de uma consultoria atestar que a estrutura não é estável – a empresa, Walm, negou a Declaração de Condição de Estabilidade à barragem. A evacuação é uma medida é preventiva. De acordo com a mineradora, as inspeções no local foram intensificadas e consultores internacionais devem fazer nova avaliação no domingo (10). ​​

Em vídeo postado em rede social, um homem de Santa Bárbara, município vizinho, registrou o alerta dos alto-falantes. “Atenção, atenção: isso é uma emergência. Atenção, atenção: essa é uma situação real de emergência de rompimento de barragem. Abandonem imediatamente suas residências, sigam pela rota de fuga até o ponto de encontro, e permaneçam até que sejam passadas novas instruções.” Em seguida, é tocada a sirene. Em nota, a prefeitura do município afirma que os moradores foram evacuados por ônibus da Vale e outros veículos para o ginásio poliesportivo da cidade.

A barragem Sul Superior tem volume de 6 milhões m³ de rejeitos principalmente de minério de ferro. Ela é uma barragem de 85 metros de altura, e segundo dados da ANM tem o risco enquadrado como baixo e o dano potencial como alto – ambos iguais à de Brumadinho. Ela é uma das dez barragens a montante inativas remanescentes da Vale e faz parte do plano de aceleração de descomissionamento de barragens a montante (com degraus sobre os rejeitos, sistema mais barato e menos seguro). A estrutura suportava a produção da mina de Gongo Soco, cuja produção de minério de ferro foi paralisada pela Vale em abril de 2016.

Em Itatiaiuçu, os cerca de 200 moradores do bairro de Pinheiros foram acordados por bombeiros e policiais militares por volta das 2h30. Os agentes passaram de casa em casa avisando sobre a evacuação com a sirene das viaturas ligadas. O alerta aconteceu após a mineradora ArcelorMittal informar às autoridades que a avaliação de risco da barragem de rejeitos de Serra Azul, a cerca de 5 km do bairro, havia mudado do nível 1 para o 2, que exige retirada imediata da população. O sistema de sirenes da barragem não foi acionado.

Segundo o capitão Herbert Aquino, da Defesa Civil de MG, a intenção era não causar mais pânico após a tragédia de Brumadinho. Ele diz que foi uma medida de prevenção da empresa, que teria usado uma metodologia mais rigorosa de avaliação. Com o alerta, os moradores se dirigiram para ruas altas da região, incluindo uma praça às margens da rodovia Fernão Dias. 

Ao lado da praça, a população está sendo cadastrada: quem mora em área de risco está sendo levado a um hotel reservado pela empresa em Itaúna, a cerca de 25 km de distância, ou pode optar por ficar em casa de parentes fora da área de risco. Já quem não mora em área de risco pôde voltar para casa. 

Segundo o Corpo de Bombeiros, a avaliação de quais famílias habitam a área de risco está sendo feita com base no plano de emergência da mineradora, que diz quais locais potencialmente seriam atingidos em caso de ruptura da barragem.

A barragem da ArcellorMittal tem 5 milhões m³ também de rejeitos de minérios de ferro e 89 metros de altura. Assim como a de Brumadinho e a outra da Vale em Barão de Cocais, esta de Itatiaiuçu também tem classificação de risco baixa e dano potencial alto. ​​​Seu método construtivo ​também​ é a montante, a única da empresa com este método. Ela está desativada desde 2012. A mineradora anunciou que tomou a medida após inspeção e auditoria minuciosos, realizados após a tragédia em Brumadinho. Em caso de colapso, o trajeto dos rejeitos seria de 4 a 5 km. A comunidade esvaziada está a 5.

“A empresa concluiu que não se pode correr absolutamente nenhum risco, e que, apesar do transtorno para a comunidade, esta é a decisão correta”, afirma a ArcellorMittal, em nota. Os moradores permanecerão hospedados enquanto novos testes são feitos, até a segurança seja assegurada.

As​ ações nos dois municípios foram tomadas duas semanas após a barragem da mina do Córrego do Feijão se romper em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Nesta quinta-feira (7), o número de mortos no desastre de Brumadinho chegou a 157. Há ainda outras 182 pessoas desaparecidas entre funcionários da mineradora e moradores da região. Do total de vítimas, 134 já foram identificadas. ​

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