Cada brasileiro pagou mais de R$ 5 mil em impostos em 2019

Em 2019, cada brasileiro pagou, em média, R$ 5,2 mil em impostos. O levantamento foi feito com dados do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que aponta um faturamento de quase R$ 2,6 trilhões em tributos no país ao longo do último ano.

O montante assusta até mesmo quem está acostumado a lidar com dinheiro diariamente, como é o caso do gestor de finanças Maurílio Mardegan. Para ele, o valor médio para cada cidadão, comparado ao salário mínimo, é “espantoso”.

“Com certeza, é uma quantia considerável. R$ 5 mil para qualquer brasileiro é muita coisa, ainda mais se levarmos em conta o valor do salário mínimo atual, que é de pouco mais de R$ 1 mil e é, em muitos casos, a renda máxima da maioria de um trabalhador”, declarou.

5 meses do ano são só para pagar impostos, diz estudo

Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), em 2019, os brasileiros tiveram que trabalhar 153 dias apenas para compensar toda a carga tributária cobrada anualmente. O estudo indica que quase 41% da renda bruta dos trabalhadores volta em forma de contribuição aos cofres públicos.

Também conforme o IBPT, dos 153 dias trabalhados, 29 são apenas para pagar desvios e mau uso de verbas. De acordo com a Constituição Federal, entre impostos, taxas e contribuições, existem 92 tributos sendo cobrados atualmente no Brasil.

Onde esses valores são cobrados?

O valor afinal causa estranheza e muitos contribuintes perguntam onde essas cobranças são realizadas. O economista e professor Daniel Eduardo Santos, colunista do CBN Finanças Pessoais, ilustra melhor o cenário. Segundo o especialista, a carga tributária brasileira é dividida em três esferas de poder: municipal, estadual e federal. Nessa divisão, a União se sobressai aos demais e pega para si quase ⅔ de tudo que é arrecadado.

“Se olharmos tanto 2019 quanto os anos anteriores, veremos que 68% da arrecadação de impostos no Brasil foi feita pelo Governo Federal, ou seja, quase ⅔ do que o país arrecada é cobrado pela União. Os estados ficam com mais ou menos 25% da fatia, enquanto os municípios pegam um valor próximo de 6%”, afirmou.

Para o economista, o grande ‘vilão’ do orçamento doméstico são os tributos cobrados em cima de bens e serviços, ou seja, aqueles valores que já são inclusos no valor final da compra de itens do dia a dia.

“A cobrança em cima de bens e serviços é responsável por cerca de 15% de tudo que é cobrado no país hoje. Uma família de classe média, com uma renda de 4 a 5 mil reais por mês, vai comprometer uma fatia muito grande desse valor justamente com esses serviços, como supermercado, energia elétrica, mensalidades da escola dos filhos, entre outros exemplos. Tudo pesa na conta final”, declarou Santos.

Para deixar a população por dentro de tudo que é arrecadado no país, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mantém o famoso Impostômetro em funcionamento. A ferramenta atualiza os valores em tempo real, e, além da versão física na sede da entidade, localizada no centro histórico da capital paulista, também possui uma versão online, que pode ser acessada em www.impostometro.com.br.

Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.

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