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25 de abril de 2024

Você já ouviu falar do ‘rio bostinha’ em Maringá?


Por Nailena Faian Publicado 06/12/2019 às 13h00 Atualizado 25/02/2023 às 03h38
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Você já deve ter ouvido falar de algum “rio bostinha” em Maringá. Vários córregos da cidade ganham o apelido que resume seu significado: o mau-cheiro ao seu redor. Os córregos Osório, no Jardim Alvorada, e o Mandacaru, na Zona 7, são alguns dos conhecidos por essa denominação pela comunidade.

Jorge Villalobos é professor do departamento de Geografia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e diz que o termo “rio bostinha” acaba sendo usado de forma genérica pela população para denominar os córregos, mas destaca que há mais de um motivo para isso.

Segundo ele, a maior parte dos córregos urbanos de Maringá são percorridos pela estrutura de saneamento básico, em especial os emissários da rede de esgoto.

“Assim, em inúmeras vezes esses emissários colapsam, e as águas mal cheirosas que carregam terminam vazando até o cursos de água, os córregos. Também vale lembrar que nas proximidades desses cursos de água estão áreas verdes não sempre isoladas, assim, essas áreas terminam sendo depósito de resíduos volumosos e inclusive animais mortos. Tudo isso contribui com essa sensação de ‘cheiro ruim’ ou fedorento, associado com a ‘bostinha’”, explica.

Em razão disso, as águas de todos os córregos do município são impróprias para banho. Mesmo assim, muita gente se arrisca nadando nesses locais, podendo contrair doenças provindas da rede de esgoto e de dejetos industriais.

“As águas também se tornam impróprias para banho em razão que em inúmeros pontos existem lançamentos de efluentes industriais, como por exemplo de empresas de lavanderia. Os cursos de águas são considerados, pelos órgãos ambientais, como ‘corpos receptores’, ou seja, receptores dos efluentes, que resultam dos processos industriais”, explica Vilalobos.

Apesar de não serem apropriadas para banho e muitas vezes apresentarem cheiro desagradável, as áreas de fundos de vale e os córregos são importantes equipamentos urbanos funcionais, conforme ressalta Vilalobos.

“Veja que é por esses cursos de água que é dada vazão às águas pluviais, as quais concentradas pelo sistema de galerias. Também, são essas áreas verdes ou corredores ecológicos, que contribuem na manutenção do equilíbrio ambiental na cidade, que é essencialmente um espaço ou território construído”, finaliza.

Ribeirões de córregos de Maringá

Maringá tem duas bacias hidrográficas localizadas na área urbana: a do Rio Pirapó e a do Rio Ivaí. Na bacia do Pirapó, na zona norte da cidade, os principais cursos de água são os ribeirões Guaiapó, Morangueira, Maringá e córregos Nazaret e Mandacaru.

Na parte sul da cidade tem os ribeirões Pinguim, Borba Gato, Bandeirantes e córregos Moscados e Cleópatra. 

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