Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

19 de abril de 2024

Maringá: Relembre incêndios de grandes proporções e pouco conhecidos


Por Lethícia Conegero Publicado 20/03/2020 às 13h30 Atualizado 23/02/2023 às 18h28
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Do Maringá Velho ao Parque do Ingá, passando pelo centro e bairros. Há registros de incêndios na área urbana da cidade desde a década de 1940. Como o primeiro cinema de Maringá, por exemplo, o Cine Primor, que foi consumido pelas chamas em 1949, dois anos após ser inaugurado. Não sobrou nada do prédio, que ficava localizado na Avenida Brasil, no “Maringá Velho”. Na mesma região, pouco tempo depois, a Escola Isolada do Maringá Velho também pegou fogo e só restaram cinzas.

As informações são do livro “Curiosidades Históricas de Maringá: sugestões e dicas para pesquisa”, de 2019, escrito pelo historiador da Gerência de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura (Semuc), João Laércio Lopes Leal.

“É oportuno rememorar que os trabalhadores do campo faziam uso do fogo ao preparar o terreno para o plantio das culturas agrícolas, e algumas vezes a prática colocava em risco a zona urbana, haja vista a distância ser mínima. Tem ainda o fato das construções serem de madeira, material altamente inflamável”, relata ele na obra, onde faz um apanhado histórico dos incêndios que ocorreram em Maringá da década de 1940 a 1980.

Outro caso marcante, desta vez causado pelo homem, foi da casa do senhor Aníbal Goulart. Em 1956 a população ateou fogo em sua residência em represália por ter agredido o prefeito Américo Dias Ferraz. No ano seguinte, em evento em comemoração ao aniversário de dez anos de Maringá, a população assistiu a uma cena inusitada e triste: a queda de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) no centro da cidade. Ao cair no chão, o avião pegou fogo e explodiu.

O Parque do Ingá também foi vitimado pelo fogo em 1963. “Alguns dizem que foi proposital, outros afirmam que foi em decorrência da geada do ano anterior, deixando a mata extremamente seca, portanto suscetível a queimadas”, destaca o Leal na obra.

Um dos templos de madeira mais bonitos da cidade, a igreja Santo Antônio, foi completamente devorado pelas chamas no Natal de 1969. E em meados dos anos 1970, foi o Supermercado Superbom, localizado no antigo terreno do aeroclube, que pegou fogo. Após as chamas, o teto do prédio desabou. No fim da mesma década, a Boate Senzala foi engolida por um incêndio.

Já em 1984, um incêndio de grandes proporções destruiu a empresa atacadista “Casas Alô Brasil”. O historiador cita na obra que esse talvez tenha sido o maior incêndio da história de Maringá. E até o Royal Garden, maior edifício residencial da cidade, teve um princípio de incêndio enquanto ainda estava em fase de construção, o que comprometeu andares da parte superior.

João Laércio Lopes Leal destaca que existem vários outros casos de incêndios em Maringá à espera de identificação e pesquisa, e que o assunto, apesar de palpitante, é desconhecido e esquecido. Ele cita que “além dos aspectos humanos e econômicos das tragédias, os sinistros demonstram a indomável vontade do homem de ressurgir, e se erguer das cinzas, de se curar e de aprender, mesmo diante de uma catástrofe com consequências indescritíveis, e nesse ponto Maringá confere lições”.

Quer receber nossas principais notícias pelo WhatsApp? Se sim, clique aqui e participe do nosso grupo. Lembrando que apenas administradores podem enviar mensagens.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação