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18 de abril de 2024

Professora da UEM é indicada a prêmio nacional


Por Redação GMC Publicado 06/11/2019 às 11h43 Atualizado 24/02/2023 às 22h33
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A professora Linnyer Beatrys Ruiz Aylon, do Departamento de Informática (DIN) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e membro do Comitê de Assessoramento da área de Microeletrônica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi indicada ao prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” na categoria “Mulheres Cientistas”.

A indicação foi da Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMIcro), nesta semana, sob o argumento de que a pesquisadora se tornou merecedora da distinção “não somente por suas realizações em ensino, pesquisa, extensão e inovação, mas por seu exemplo de vida, sua dedicação à popularização da ciência, incentivo as mulheres e às causas relacionadas com a microeletrônica”.

Ao relatar os critérios em que se baseou para fazer a indicação, a entidade diz que Linnyer “é uma das raras mulheres pesquisadoras em microeletrônica e Bolsista de Produtividade em Pesquisa CNPq, nível 1”.

Além do mais, a SBMIcro menciona que a professora da UEM tem destaque na comunidade de microeletrônica por sua determinação, dedicação à sociedade científica e apoio ao surgimento de novos grupos de pesquisa no interior do País, bem como o empenho de seus esforços para a consolidação do crescimento científico e inovação.

“A SBMicro reconhece a trajetória desta pesquisadora que nasceu no interior do Paraná, em uma família de poucas posses, seguiu sozinha para Curitiba para cursar engenharia na década de 1980, fez uma carreira notável e voltou para o interior para promover o surgimento de uma nova geração de pesquisadores, bem como, alavancar a carreira de outras mulheres”, cita a entidade, em texto publicado no site da corporação.

A área de microeletrônica é considerada prioritária para a política industrial brasileira. Os temas de pesquisa dos projetos da professora estão na interseção das áreas de microeletrônica e computação e estão relacionados com as Redes de Sensores Sem Fios e a IoT, assuntos que ocupam posição estratégica no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, contemplando um dos objetivos prioritários do desenvolvimento científico e tecnológico nacional: Tecnologias da Informação e Comunicação.

De forma relevante, a inserção e o reconhecimento da contribuição de Linnyer para a área de pesquisa de microeletrônica e sua aplicação em Redes Veiculares, IoT e Redes de Sensores Sem Fio, estão evidenciadas pelos cargos e funções que a mesma ocupa no cenário nacional e internacional.

Com isso, relata a SBMIcro, a pesquisadora vem contribuindo na definição de políticas públicas que tornem mais ágil e eficiente o processo de inovação, na promoção de uma nova geração de talentos na área de microeletrônica, em particular os sistemas embarcados, com vistas para a formação de quadros científicos de destaque, na popularização da ciência e no estímulo à participação de mulheres nas áreas STEM, sigla em inglês para Science, Technology, Engineering e Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

Realizações

O trabalho escolhido, dentre muitos outros, para tratar da relevância e contribuições da professora para as áreas de microeletrônica e computação, tem como título “On the design of a long range WSN for Precision Irrigation” e foi publicado no IEEE Sensors Journal.

Este é um dos periódicos de referência na área da Ciência da Computação com fator JCR: 2,167 e Qualis Capes A1 (Engenharias IV).

O artigo apresenta um sistema de rede de sensores sem fio que permite monitorar culturas e, em particular, tornar a irrigação uma atividade de alta precisão. Trata de solução tecnológica que torna possível coletar dados do solo usando sensores, fazer o processamento destes dados e gerar conhecimento sobre a irrigação de precisão, podendo ativar os implementos de forma automática e guardar as informações na nuvem para serem usadas em algoritmos de inteligência artificial que sirvam de apoio ao gerenciamento das culturas.

O Paraná tem um Plano Diretor de Agricultura Irrigada (PDAI-P) e o trabalho desenvolvido por Linnyer neste e em outros artigos publicados representa uma contribuição significativa para o progresso do Estado. Segundo o Departamento de Economia Rural da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), em 2012 o Paraná tinha 15 mil produtores irrigantes, com uma área total de 60 mil hectares.

A tecnologia proposta no artigo da professora, para uso em irrigação, também é aplicável em cenários urbanos, habilitando aplicações de cidades inteligentes, internet das coisas e outras. Um exemplo desta aplicação está em outro artigo relevante publicado por ela, intitulado “Information-Driven Software-Defined Vehicular Networks: adapting flexible architecture to various scenarios”, publicado em 2019 no IEEE Vehicular Technology Magazine.

O trabalho mostra o potencial da tecnologia para soluções de logística de implementos agrícolas no meio rural, mobilidade urbana e a qualidade de vidas nas cidades.

Os trabalhos envolvendo redes de sensores e redes veiculares são apenas alguns dos resultados de uma tese de doutorado orientada pela professora, que obteve o 2º lugar da edição de 2016 do Concurso de Teses e Dissertações promovido anualmente pela Sociedade Brasileira de Computação.

O foco do trabalho dela na área de IoT está no desenvolvimento do MannaWui, um elemento para Internet das Coisas que possibilita que objetos do dia-a-dia, quaisquer que sejam, tenham capacidade computacional e de comunicação e se conectem à Internet.

Ele poderá ser embutido nos mais diferentes objetos tais como veículos, bicicletas, geladeiras, máquinas de lavar roupa, sapatos, cintos, ônibus, barcos, aviões e usado nos mais variados ambientes tais como florestas, rios, lagos, plantações, pastos, galpões de fazendas, granjas, em acessórios para animais e plantas, bem como plataformas de petróleo, estradas, edificações, entre outros.

Linnyer tem graduação em Engenharia de Computação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná; mestrado em Engenharia Elétrica e Informática Industrial pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (antes CEFET-PR); e doutorado e pós-doutorado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A seleção das vencedoras do prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” será feita por uma comissão julgadora designada pelo Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), composta por membros da entidade, de sociedades afiliadas, entidades científicas externas e organizações que apoiam a ciência no País.

O anúncio das premiadas será feito no dia 15 de janeiro de 2020. A premiação ocorrerá durante o “Simpósio Mulheres e Meninas na Ciência”, no dia 11 de fevereiro. A data é em celebração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Unesco em 22 de dezembro de 2015, durante a Assembleia Geral, que, por meio de resolução, estabeleceu o 11 de fevereiro para celebrar o importante papel das cientistas em todo mundo.

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