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19 de abril de 2024

Maringá pode ter sido habitada por pterossauros, afirma geógrafo


Por Nailena Faian Publicado 04/03/2019 às 12h10 Atualizado 20/02/2023 às 09h03
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Maringá pode ter sido habitada por pterossauros, um grupo de répteis voadores parentes dos dinossauros que viveram na Era Mesozóica, entre 225 e 65 milhões de anos atrás. A afirmação é do geógrafo do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Lucas Santana.

“Muito provavelmente existiram pterossauros na cidade. Só que a gente não encontra os fósseis porque aqui o embasamento geológico é basalto, ou seja, houve atividade vulcânica e o magma destruiu os restos orgânicos”, explica.

Santana explica que, antes da atividade vulcânica ter ocorrido, Maringá fazia parte do Deserto Botucatu, semelhante ao deserto do Saara, só que com área superior a um milhão de km² . No entanto, há cerca de 120 milhões de anos houve atividade vulcânica e o magma recobriu esse deserto, dando origem a outro tipo de rocha, o basalto.

“Muitos animais que podem ter passado por aqui possivelmente foram soterrados. A fossilização é uma exceção na natureza. Os restos orgânicos são destruídos pela ação do tempo. Mesmo os ossos que sobram, ao longo do tempo são destruídos”, comenta o geógrafo.

As condições de Maringá na Era Mesozóica eram propícias para o desenvolvimento de pterossauros. Santana prevê isso porque são as mesmas condições que a cidade de Cruzeiro do Oeste (a 143 quilômetros de Maringá) apresentava.

Hoje o município é conhecido mundialmente pelo achado de fósseis de pterossauros. Isso porque a cidade fica numa área conhecida como Arenito Cauiá, de formação geológica mais nova, e assentada em cima dos mais recentes derrames vulcânicos mesozoicos.

Segundo os pesquisadores, os pterossauros foram os primeiros animais vertebrados a terem a capacidade de voo ativo – isso, antes mesmo das aves. Análises apontam que eles tinham visão apurada, mas o olfato era pouco desenvolvido.

Até hoje já foram identificadas mais de 200 espécies de pterossauros. O tamanho deles chega a 12 metros de envergadura – considerando de uma ponta a outra da asa.

Cruzeiro do Oeste: do PR para o mundo

A pequena cidade, com cerca de 21 mil habitantes, foi projetada para o mundo em agosto de 2014, quando foi anunciada a descoberta de restos fósseis de 47 pterossauros.

Nessa terça-feira (26), a diretora do Museu Paleontológico de Cruzeiro do Oeste, a historiadora Neurides Martins, esteve em Maringá proferindo uma palestra para falar sobre a redescoberta dos fósseis de pterossauros.

Em entrevista ao portal GMC online, a pesquisadora contou que já foram encontrados mais de cem fósseis de pterossauros no município. 

“Pterossauro, segundo a linha evolutiva, não temos mais nada na atualidade que possa ter dada continuação. Ele foi extinto. Já os dinossauros, a linha evolutiva seriam as aves”, explica.

De acordo com ela, no Brasil, pterossauros são raros. Além de Cruzeiro, só foram encontrados fósseis desse tipo na Chapada do Araripe, no Ceará, região de mar.

Descoberta rara

Em 2015, Cruzeiro do Oeste ganhou fama mundialmente novamente com o achado de um fragmento de mandíbula de 1,8 centímetro, revelando uma espécie inédita de lagarto nunca encontrada nas Américas. Por conta dessa raridade, a espécie foi batizada de Gueragama sulamericana.

A cidade conta com um museu paleontológico desde 2016. Agora, a historiadora conta que estão sendo tomadas medidas para que todos os materiais encontrados ali possam ficar no município. Para isso, é necessário um museu maior.

Fotos: Pixabay / Com Agência Brasil.

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