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25 de abril de 2024

Casamento gay cresce 22% em Maringá: ‘temos direito de nos amar’


Por Nailena Faian Publicado 22/01/2019 às 18h00 Atualizado 19/02/2023 às 17h51
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Casar está nos planos e nos sonhos de muitos. Só que esse desejo pode estar envolto a preconceitos quando se fala da união entre casais do mesmo sexo.

“Temos sim que vencer o preconceito e demostrar a toda sociedade retrógada que temos direitos. Direito acima de tudo de nos amar, de construir uma família e sermos felizes”, enfatiza Pâmela Fabricio Lira, de 31 anos, que se casou no civil, em Maringá, no ano passado, com a companheira Gesebel Analia, de 26 anos.

Em 2018, Maringá registrou um aumento de 22% nos casamentos homoafetivos. Foram 28 uniões celebradas em cartórios e, em 2017, 23. Dessas uniões, 15 foram entre mulheres e 13 entre homens em 2018. Já em 2017 foram 14 entre mulheres e 9 entre homens.

Para a presidente da Associação Maringaense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AMLGBT), Margot Jung, o aumento no número de casamentos se deve ao fato de Jair Bolsonaro (PSL) ter assumido o posto de presidente da República.

“O aumento dos casamentos está ocorrendo porque eles estão com medo de perder direitos por conta do governo que assumiu o país, que é de extrema direita e conservador. Tanto o direito de se casar quanto o outros, como direito à herança e ao plano de saúde”, explica.

Pâmela e Gesebel confirmam que a comunidade LGBT está temendo a perda de direitos. “A gente queria um casamento mais elaborado, mas frente a essa era bem mais conservadora, decidimos nos casar antes”, diz.

Casamento gay não é lei, mas é garantido pela Justiça

No Brasil, o casamento homoafetivo foi reconhecido em 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Isso quer dizer que união estável entre casais do mesmo sexo deveria ser tratada como entidade familiar, ou seja, as regras que valem para uma união estável entre um homem e uma mulher também valeriam para casais homossexuais.

No entanto, isso não deixou claro a questão sobre o casamento civil e alguns cartórios se recusavam a celebrá-lo. Por isso, em 15 de maio de 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou uma resolução que obriga os cartórios do país a realizar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e converter a união estável homoafetiva em casamento.

Legalmente, os casamentos homoafetivos e heteroafetivos não divergem. São necessários os mesmos documentos para dar entrada no processo e a celebração da união também ocorre da mesma forma.

Pamela e Gesebel se casaram no cartório em dezembro do ano passado e tiveram uma boa experiência. “Não tivemos nenhum preconceito por parte de ninguém do cartório. O juiz foi um amor com nós duas, nos tratou de forma educada e completamente delicada, todos os que estavam presentes se emocionaram com as lindas palavras dele. Única coisa que percebemos foram alguns olhares daqueles que também estavam se casando”, descreve Pâmela.

País
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017, o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo no país cresceu 10%, registrando um crescimento de 5.354 para 5.887 uniões civis realizadas oficialmente. Dessa uniões, 57,5% eram de cônjuges femininos. Ao todo, houve o 2.500 casamentos entre homens e 3.387 entre mulheres em 2017.

 

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