Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

25 de abril de 2024

A vida da garota do apito fora de Maringá


Por Nailena Faian Publicado 09/10/2019 às 14h06 Atualizado 24/02/2023 às 11h36
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Não são mais os motoristas de Maringá que buzinam e observam a garota do apito perambular pelas ruas e avenidas da cidade, em meios aos veículos, sem medo nenhum. Agora ela ocupa as vias de Hortolândia, interior de São Paulo.

Em Maringá, sua característica principal era o apito: enquanto se arriscava andando no meio da rua, ela apitava sem parar, atraindo olhares de todos os lados e garantindo seu apelido de garota do apito.

Para os moradores, ela dizia que se chamava Ivone. Mas, seu nome real é Dulcelina. Hoje, aos 42 anos de idade, ela sai para passear por Hortolândia diariamente, visitando comerciantes, assim como fazia na Cidade Canção. A única diferença é que ela abandonou o apito.

“Ela mora aqui há dez anos e ainda tem esse costume. Anda pelos arredores, vai nos comércios tomar café e acaba ganhando presentes dos empresários que se acostumam com a presença dela, igual em Maringá. Tem uma mulher que é boleira e dá até bolo de aniversário para ela”, conta a sobrinha de Dulcelina, Gisele Regina da Silva.

Ela mora com a “gorda”, apelido de Dulcelina entre os familiares. Diz que é sagrado ela sair de casa pelo menos um pouquinho todos os dias. Apesar de sofrer de esquizofrenia, a doença segue controlada com a ingestão dos medicamentos e assim ela consegue sair e voltar sozinha para casa tranquilamente. Segundo Gisele, depois que ela começou a usar o remédio certo, não usou mais o apito.

Conforme familiares, Dulcelina teria aderido ao apito depois que um comerciante deu a ela e orientou que ela fizesse bastante barulho quando estivesse caminhando na rua para que os motoristas a notassem e ela não fosse atropelada.

“Nunca se perdeu e também nunca sofreu acidente. Só esses dias que uma mulher acertou ela, mas foi de raspão, Deus cuida dela. A gente briga para ela não andar no meio dos carros, mas não adianta. Só que ela vai bem devagar”, conta Gisele.

Apesar de a cidade ficar em São Paulo, Gisele diz que Hortolândia, por ser interior, é tranquila e tem trânsito menos movimentado que Maringá, um alívio para a família.

Dulcelina se mudou para São Paulo depois que os pais e sua irmã que moravam em Maringá morreram. Agora ela vive com dois irmãos e a sobrinha. Além de passear pelas ruas, a personagem icônica da Cidade Canção gosta muito de assitir televisão e é fã do programa Chaves. 

Quer receber nossas principais notícias pelo WhatsApp? Se sim, clique aqui, e encaminhe uma mensagem informando o seu nome.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação