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19 de abril de 2024

Cirurgião e socorrista: médico do Samu relembra histórias marcantes


Por Monique Manganaro Publicado 17/02/2019 às 13h55 Atualizado 20/02/2023 às 01h35
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Os primeiros socorros prestados a um paciente que necessita de atendimento urgente podem ser o diferencial para salvar uma vida. É com essa pressão e responsabilidade que os médicos socorristas lidam diariamente, esperando fazer um resgate eficiente e manter o paciente vivo até a chegada ao hospital.

Catarinense, nascido em Tubarão, o atual coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Maringá, Maurício Lemos, comenta que optou pelo caminho do resgate há 13 anos, ainda no estado em nasceu. Para o médico cirurgião geral e torácico – com formação em atendimento pré-hospitalar e resgate -, seguir a carreira de socorrista demanda amor pelo atendimento emergencial.

“Além de gostar, tem que ter muita preparação, porque a vida do doente está em suas mãos”, afirma Lemos. Atualmente, o médico atua tanto no socorro terrestre, com viaturas, quanto no resgate aéreo oferecido pelo Samu na região.

De janeiro a dezembro do ano passado, o Samu Norte Novo atendeu mais de 24 mil ocorrências. Segundo o coordenador, junto com o Corpo de Bombeiros, as equipes socorrem, em média, cinco vítimas graves por dia e atendem outras 12 ocorrências leves ou moderadas por ambulância.

Apenas em Maringá, Lemos diz que quatro viaturas do Samu com médico e enfermeiro trabalham diariamente no resgate às vítimas e transferências interhospitalares.

Entre tantos atendimentos realizados diariamente, as histórias de pessoas que passam pelas vidas desses profissionais se somam a cada dia.

Ao longo dos 13 anos de carreira dentro do Samu, Lemos diz que muitos casos atendidos fizeram história na vida dele. Entre os mais recentes, o médico se lembra do atendimento prestado pela equipe a um menino atacado por abelhas em Mandaguaçu. Para ele, foi comovente.

“Quando nós pousamos o helicóptero em Mandaguaçu, eu vi esse menino roxo e disse: ‘nós não podemos deixá-lo morrer’. Imediatamente, a gente conseguiu entubá-lo e uma semana depois o menino estava me abraçando”, detalha.

Para ele, são situações como essa, o sorriso da criança e da família depois que a situação foi amenizada, que valem mais que qualquer outra recompensa pelo trabalho árduo.

No entanto, no dia a dia, situações sem finais felizes também reservam espaço dentro da memória. Lemos se recorda, até hoje, dos detalhes de um resgate às vítimas de uma colisão frontal entre dois veículos em uma rodovia de Santa Catarina. O acidente aconteceu ainda nos primeiros anos de carreira dele dentro do Samu.

“Eu fui o primeiro a chegar com a viatura. Nós paramos, estava saindo fumaça e nós trabalhamos com o princípio de cena segura. Já tínhamos pedido o caminhão do bombeiro, porque tinham vítimas presas às ferragens, [eram] quatro pessoas dentro do veículo. No momento em que eu contactei e falei: ‘nós vamos preparar para atender vocês, fiquem calmos’, o veículo incendiou. Os quatro morreram carbonizados”, lamenta. “Eu lembro até hoje de ver aquelas pessoas gritarem, pedindo ‘pelo amor de Deus’. Infelizmente, não há o que fazer com um carro em chamas. Quando o caminhão chegou, eles já estavam mortos, infelizmente.”

Atualmente, os pacientes da região de Maringá são atendidos pelo serviço aeromédico do Samu e ambulâncias equipadas para transportar socorristas do Corpo de Bombeiros e do Samu.

“Integrar o bombeiro e o Samu é um grande desafio, para vencer egos e vencer barreiras de pessoalidade. Em Maringá, nós ultrapassamos isso e, com certeza, essa ultrapassagem beneficiou muitos pacientes”, acrescenta Lemos.

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