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19 de abril de 2024

COMPORTAMENTO DE CONSUMO: Que mudanças a quarentena trará ao mercado?


Por Alexandra Staudt / Marketing e Varejo Publicado 14/04/2020 às 20h10 Atualizado 23/02/2023 às 10h58
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Após meses em alerta, com pessoas trancafiadas em suas próprias casas pelo medo da morte, surgem nas redes sociais e sites de notícias de todo o mundo algumas notícias para dar novo fôlego e esperança: Sem poluição os picos do Himalaia voltam a ficar visíveis na Índia; os canais de Veneza tornam-se cristalinos e voltam a atrair a fauna local; as emissões de dióxido de carbono “CO²” sofrem queda de 25% na China; na Tailândia, elefantes destinados à diversão de turistas começam a ser libertados… Mas o que isso significa?

Bem, analisemos os hábitos de consumo da população brasileira após a abertura do comércio e, mais precisamente, após a estabilização da economia através do plano real. À época, com o valor do dólar igualado ao real, as lojas de R$ 1,99 inundaram o país.

Em todas as cidades, de todos os portes, quinquilharias e utilidades se misturavam em lojas que cobravam preço único e acessível, tornando produtos até então inimagináveis, acessíveis a todas as classes sociais, em troca de duas notas de R$1,00, essa mesma que aparece logo abaixo, a título de lembrança e, sim, havia sempre uma balinha no troco:

A estabilidade econômica, a ascensão das classes sociais, a queda gradual do desemprego, a abertura do crédito, o acesso à educação e posteriormente à tecnologia vieram alimentar o que podemos chamar (sem tentarmos ser pejorativos) de monstro adormecido, que acordava ansioso por um consumo desenfreado, curioso por grandes descobertas, acumulador, compulsivo… E por vários anos a receita de incentivo ao consumo desenfreado alimentou a economia internacional e impulsionou grandes setores. Era o tempo do TER.

E se avaliarmos friamente, o que foram os anos noventa, com Tele Senas e Papa Tudos, Jogos do Bicho, Rifas, Portas da Esperança (e até os clássicos aviõezinhos do Silvio Santos, jogados à uma plateia ansiosa e empolgada) podemos observar que fora a vez do marketing de incentivo e das grandes promoções.

A disseminação da tecnologia e do acesso à educação, entretanto, vem possibilitar uma mudança nos hábitos de consumo, que já vinha sendo observada há algum tempo e que tende a se transformar ainda mais neste período pós pandemia, será tempo de SER.

Para entender os perfis de público, precisaremos recorrer a alguns autores, que classificam as diferentes faixas etárias e seus perfis comportamentais de modo a entendermos melhor como estes se comportam. Neste caso, citaremos KARSAKLIAN, 2012, p.128, que traz uma visão ampla e didática, para compreendermos melhor:

Ok, mas onde é que essa classificação toda quer chegar e no que isso diz respeito ao meu negócio?
Bem, a pandemia colocou a população toda dentro de casa, assim, independente da idade, geração, perfil comportamental ou classe social, todos que quiseram ou precisaram consumir durante esse período tiveram de se render à tecnologia. Lojas tradicionais que não haviam ainda cedido sequer aos cartões de crédito passaram a divulgar seus produtos em delivery, mesmo sem nem compreender ao certo o significado da palavra.

Reuniões passaram a ser feitas online, smartphones colecionam aplicativos de relacionamentos e calls, os pais tomaram as rédeas do ensino dos filhos, orientados pelos professores em um improvisado ensino EAD (e aqui cabe parabenizar os profissionais da educação que trabalham diariamente para se reinventar e manter o crescimento intelectual de seus alunos); artistas passaram a se apresentar online, por horas à fio, com mershandising e ações sociais… O contato passou a ser virtual. O cliente sente falta do toque, do abraço, da presença…

Por sua vez, o consumo colaborativo, que engatinhava no mercado, impulsionado pela inspiradora geração Z, passa a ser a grande tendência de mercado. Em tempos de crise, o consumidor tende a voltar-se para sua comunidade e sentimentos de empatia e solidariedade afloram com maior facilidade. E numa crise nas proporções desta que está em curso, o consumidor passa a ter mais tempo de introspecção para repensar todas as suas atitudes, e o consumo está diretamente relacionado a isso.
Mas então significa que todos deixarão de consumir e minha empresa vai deixar de vender?

De forma alguma, ao contrário disso, há uma gama imensa de pessoas ansiosas pelo consumo. E quando falamos em ansiedade, listemos inclusive aquelas que anseiam pelo ato da compra num impulso de satisfação e alcance de bem estar. Nós somos ensinados desde a tenra infância, a competir e sermos vencedores, a sensação de compensação e recompensa pelo esforço, a alegria da conquista não sumirão da subjetividade de nossos seres de um momento a outro. Porém, os hábitos de consumo tendem a mudar com maior rapidez. Há que se pensar em coletividade.

Veja o próprio consumo colaborativo, os projetos DIY, o reaproveitamento e locação do próprio guarda-roupas, a moda vintage, os armários cápsula… Todas essas tendências já engatinhavam no mercado, onde chique era ser minimalista. Agora, impulsionadas por uma queda no poder de compra, tendem a ter um impulso ainda maior e aqui, a responsabilidade social das empresas será posta em check.

O consumidor vai buscar experiência! Ele vai buscar saber quem ajudou o mundo a sair da crise; quem vende a camiseta do artista local, quem usou sua tecnologia para fazer e doar máscaras, quem alimentou os caminhoneiros, quem doou os respiradores… Ele vai se orgulhar em vestir determinada marca, mais pela causa que ela apoia que pelo poder que ela inspira. O consumidor pós quarentena sairá de casa ciente de seu poder e de sua responsabilidade. Ele está com a garganta seca e um grito entalado, e vai buscar ou abandonar a sua empresa, pela trilha sonora que você canta!

Seja você um empresário da moda, serviços, saúde, educação, construção civil… a busca a partir de agora tende a ser pela aproximação nos valores e nas crenças que seu cliente você possuem. Então, inove, reinvente-se, crie, observe as oportunidades, e não deixe de vender, encontre formas de oferecer experiências de satisfação e aconchego ao seu cliente; mude cardápio, capriche na embalagem, entregue um cartão manuscrito… invente… mas não perca o foco no principal: Seu cliente é gente, e gente, gosta de gente!

 

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