Trânsito não pode ser o fim da vida
Maringá registrou a terceira morte no trânsito, um jovem de 19 anos, motociclista. A cidade já acumula em 2019, mais de 150 acidentes e 137 feridos. Se a proporção de acidentes continuarem como em janeiro, tudo indica que será um ano violento na mobilidade urbana.
O que fazer? A Secretaria de Mobilidade Urbana quer reduzir o limite de velocidade na área central da cidade. Inclusive usando exemplo de outras cidades, como Nova York. Mas Maringá não é a maior cidade do mundo. Por sinal, é nosso provincianismo que nos condena. Nossa idolatria ao automóvel, o preconceito ao transporte coletivo, e a falta de outros hábitos na locomoção urbana.
Os carros se empilham em Maringá, que tem uma das maiores médias por habitantes do país. A redução de velocidade pode reduzir acidentes, mas gera no motorista inconformado uma prisão insuportável. Todos querem atender aos seus interesses e não observam o ambiente coletivo que é o trânsito.
Descarregamos nos veículos os nossos ódios, nossas angústias, emoções. Não somos racionais. Por sinal o instinto fala alto por de trás de um volante ou guidão. Um cada um por si absurdo. Que tem custado caro a todos nós.
Precisamos de investimentos incisivos e de qualidade no transporte coletivo. Dar preferência aos ônibus e restringir o automóvel. Doe a quem doer. Por mais impopular que sejam ações que contrariam parte da população, o resultado final, após alguns anos, é positivo.
O motorista também precisa mudar. A nossa relação com o trânsito precisa de racionalidade, educação, respeito, valorização do ser humano. A civilização não está nos objetos, nos carros, nas motos, mas no comportamento. O luxo, muitas vezes, esconde o lixo humano.
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