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19 de abril de 2024

Pensamento político brasileiro


Por Gilson Aguiar Publicado 27/11/2019 às 12h10 Atualizado 25/02/2023 às 03h08
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Vivemos tempos incertos? Sim, não se pode prever o futuro. Contudo, há tendências que se constroem ao longo do tempo. Aquelas que somos capazes de perceber. Um vício. Contudo, não quero afirmar que isto é um ciclo, algo que se repete. Nada retorna. Apenas temos uma tendência a comportamentos com lógicas semelhantes.

Do que estou falando? Há um pensamento político brasileiro. Característico na América Latina. Um deles é o militarismo. A consideração que as Forças Armadas são a solução para o país em crise. Destaque para o Exército neste sentido. A proclamação da república no Brasil (1889) é o momento em que a lógica se consolida em ato.

Porém, ao longo da república o papel da instituição militar como salvação nacional se manteve e por diversos momentos se transformou em busca pelo poder. A eleição de Hermes da Fonseca, sobrinho do proclamador da república, no é um exemplo. Eleito, assumiu em 1910. Mas depois dele o movimento tenentista na década de 1920, derivado do Clube Verde Oliva, tentou a tomada do poder.

Getúlio Vargas, golpista, assumiu o poder em 1930 aliado às forças armadas. Aliou o militarismo ao que mais tarde se consagrou como populismo. O trabalhismo do gaúcho iniciou sua jornada de farda. Em sua “carta testamento” apresentada ao público em 1954, quando se suicidou, marcado por corrupção e desmandos, Vargas clama ter sido o líder de uma revolução que nunca ocorreu.

Mas foi com o autoritário gaúcho que se instalou a paixão personalista e populista. O amor ao líder. A idolatria ao personagem independente do que ele representa. Esta construção do trabalhismo, o discurso na defesa do pobre, do operário, do camponês que ainda sobrevive como meio de manobra e não de representação.

O esquerdismo extremista e que prega a desordem e o desrespeito a instituição. O ex-presidente Lula se destaca como um personalista e populista. Esta ideia do “herói pátrio” vitimado. Vargas já usou deste discurso no passado. Não é novidade a retórica do ser perseguido. Aquele justiceiro popular que os “poderosos” não deixam governar ou tem seu poder.

De outro lado há os militaristas, apaixonados pelo extremo como os populistas. Também dizem combater os poderosos. Querem moralizar o país ajudando o povo brasileiro, como o populista exalta. Contudo, vale lembrar que as duas correntes do pensamento político brasileiro levam a mesma coisa, excesso de poder do estado e intervencionismo. Ironicamente na fachada tão opostos e na prática tão parecidos.

Hugo Chávez na Venezuela, e seu fiel escudeiro, Nicolás Maduro, são uma expressão do militarismo aliado ao populismo. Não é diferente o papel que exerceu Evo Morales até recentemente na Bolívia. Autoritarismo golpista. Liberdade e democracia não podem passar por estes personagens caóticos e sem merecimento. Romper com esses vícios é fundamental se queremos uma sociedade justa e livre.

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