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26 de abril de 2024

Mulher: violência do dia a dia


Por Gilson Aguiar Publicado 08/03/2019 às 12h15 Atualizado 20/02/2023 às 11h50
 Tempo de leitura estimado: 00:00

O que alimenta a violência contra a mulher? Ela é diária e constante. Cresce, se pensarmos em feminicídios. Um levantamento do G1, levando em consideração dados oficiais dos estados brasileiros, mostra que cresceu o número de casos de homicídios contra mulheres motivados por questão de gênero. Em 2017 foram 1.207 casos. No ano passado foram 1.135.

A ironia dos dados é que o número de homicídios de uma forma geral teve redução. Mesmo aqueles contra mulheres. Uma queda de um pouco mais de 6%. Em 2017 foram 4.558, em 2018, os casos caíram para 4.250. Se compararmos com os homicídios contra homens, a queda foi menor.

A violência contra a mulher é construída cotidianamente. Da concepção a sua idade adulta, ela passará por experiências que demonstram o papel de submissão que estará sujeita. Nas brincadeiras de criança, nos brinquedos, na relação diária com os pais e parentes. Os rituais de convivência com os meninos e, na idade adulta, com o código de conduta e de sedução.

Muito do que se pratica contra elas se naturalizou. Em uma sociedade como a brasileira, formada em torno do princípio do paternalismo autoritário a condição se agrava. Muitas mulheres com papel de liderança reafirmam a submissão como natural. O que chamamos de conservadorismo e preservação de valores da família são retóricas para legitimar a agressão.

Ver a mulher como um objeto, usá-la como um corpo para a obtenção de um prazer apenas sexual é condição que se reproduz em vários lugares. No ambiente doméstico ou profissional. Na vida social. Não por acaso, o caso de violência contra a mulher está relacionado ao ambiente doméstico, praticado por quem já foi o é parceiro.

Os discursos de sedução trazem consigo uma violência. A fala de proteção que muitos machos discursam esconde o controle sobre o corpo e a imposição da autoridade agressiva. Muitos se encantam com a cordialidade aparente que prepara o terreno para justificar a inferioridade feminina através da lógica da fragilidade.

Se queremos mudar, temos que rever a maneira como conduzimos a criação dos filhos, tanto delas como deles. Refazer esta naturalização da cordialidade que ainda passa a ideia de que o papel feminino é de coadjuvante. Se queremos o protagonismo e a igualdade, vamos ter que rever se somos capazes e estamos preparados para isso. Muitas vezes, pecamos onde achamos que estamos acertando, nas pequenas coisas do dia a dia.

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