Brasil não está acima de tudo, os brasileiros e a democracia sim.
Há a retórica de se defender o povo. Mas o povo se expressa pela democracia, pela liberdade de expressão. A representatividade de todos os segmentos que compõe a sociedade e a manutenção de uma ordem com regras estabelecidas para o contrato social e de cada uma de suas partes seja mantida. Quem tenta romper esta ordem não está ao lado dos brasileiros, mas quer sequestrar a liberdade que é um direito de todos.
Não por acaso o radicalismo emerge. Se impõe através da exaltação ao ato extremo, ao sentimentalismo barato, a lógica superficial, manipulando a limitação que a grande maioria da sociedade brasileira tem de entender os seus próprios problemas. As “igrejas” e a “política rasa” com seus falsos profetas estão cheias de exemplos. Até “Deus” se vulgariza na boca do radical alucinado.
Em um estado democrático de direito é fundamental que se proteja a autonomia dos três poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário – e que se entenda o papel que eles cumprem para o equilíbrio de forças e a prevalência do diálogo dentro de regras claras e protegidas, principalmente a Constituição. O
Supremo Tribunal Federal (STF) deve ser o guardião destas regras.
O que estamos assistindo é a elevação do radicalismo. A exaltação da ideia tola é a fala do golpista. É o derrotado político no ambiente democrático querendo romper as normas para poder vencer um jogo no qual não tem a menor chance de sucesso. Não podemos abrir mão da liberdade.
Ser livre e ter o direito de expressão é o que nos fez e faz exigir a transparência das instituições públicas. Não foi fácil lutar para que não ocorressem os intervencionismos para beneficiar uma casta de líderes políticos. Eles ainda tem poder. A luta para o seu enfraquecimento é uma vigília constante. Sem a democracia, a orla de abusadores aliada ao pode navegar a vontade e eliminar seus desafetos.
Um país que deseja superar suas dificuldades e atender a maioria da população em toda a sua complexidade não pode compactuar com o mando de um homem só. São os debates, a liberdade de expressão e a representatividade democrática que pode gerar soluções. Um país é a construção coletiva e não o mando e subordinação a um único personagem.
Quando um palhaço governa, a nação se transforma em circo e tudo o que se aplaude é apenas espetáculo. Neste país, com tenda e picadeiro, ninguém pode ser levado a sério.
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