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19 de abril de 2024

10 perguntas de um homem medíocre


Por Victor Simião Publicado 14/03/2019 às 16h15 Atualizado 20/02/2023 às 13h56
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“Às vezes acho que através de mim a Criação pretendeu dar ao mundo o exemplo de um homem medíocre no sentido verdadeiro da palavra.” A frase é de Nelson Mandela, retirada de uma carta enviada por ele a uma professora em 1971. Na prisão em Robben Island, Cidade do Cabo, o futuro presidente sul-africano refletia sobre a própria vida. Em determinado trecho da missiva, ele registrou que nunca lançaria uma autobiografia. O motivo: a jornada nada espetacular que imaginava ter até aquele momento, aos 53 anos.

Madiba, como era conhecido, enganou-se duplamente. A vida dele não era medíocre, e em 1994, aos 75 anos, o líder lançou a aclamada autobiografia “”Longa caminhada até a liberdade”. Não era para menos: com o que vivera até ali, nada mais justo para ele e para o mundo. Nelson Mandela: de prisioneiro político a primeiro presidente democraticamente eleito da África do Sul, escolhido naquele ano.

A cada dia que passa, admiro mais a figura do sul-africano. Analisando a vida dele, descobri que temos algumas características em comum. Três delas, creio eu, se sobressaem: 1) Assim como ele, sou canceriano; 2) 1994 foi histórico para nós dois. Naquele ano, ele chegou à presidência, eu nasci; 3) Tal como Madiba em determinado momento, eu ainda sou medíocre no sentido verdadeiro da palavra – e sem pretensão alguma de passar 27 anos preso injustamente e nem de me sentar à mesa com meus antigos algozes em prol do bem comum por conta da presidência da República.

Refletindo sobre meus 24 anos, percebi que carrego mais dúvidas do que certezas, com exceção dos clichês “A única certeza da vida é a morte” e “Segunda-feira eu começo a dieta” (mesmo sabendo que é ladainha). Também já concluí não ter pretensão nenhuma em lançar uma autobiografia.

Neste Brasil de Brumadinho e Suzano, de tragédias incomensuráveis que vão do Palácio do Planalto, passando por milícias cariocas, rodando pelos pedágios do Paraná, chegando à violência simbólica contra quem pensa o contrário em Maringá, eu fico com pé atrás diante de quem tem certezas.

Medíocre e canceriano que sou, não tenho o que compartilhar sobre minha vida. Em contrapartida, prefiro deixar às claras quais são as 10 dúvidas que mais me cercam nesses últimos meses.

1) Quem mandou matar Marielle Franco?

2) O que fazer com quem duvida que a batata frita com queijo e bacon do Tabuleiros é a melhor comida de boteco de Maringá?

3) Devo ficar com dó de quem acreditou que não haveria ‘toma lá dá cá’ no atual Governo?

4) Existe explicação biológica para a multiplicação de flanelinhas no centro da cidade?

5) O que leva alguém pró-Bolsonaro a me chamar de esquerdista quando eu faço alguma crítica ao capitão?

6) O que leva alguém pró-Lula a me chamar de lambe botas do patrão quando eu faço alguma crítica ao Brahma?

7) Por que o Brasil tem tantas tragédias sociais e naturais e em qual grau a culpa é do enorme número de duplas sertanejas nisso?

8) Será que, assim como das últimas vezes, algum autoproclamado liberal que ler está crônica mandará uma mensagem dizendo que irá acionar o dono da empresa para a qual trabalho e pedir minha cabeça, em vez de esperar que a mão invisível do mercado o faça?

9) A minha frase “Nem todo mundo que comenta algo é chato, mas todo chato comenta algo” é unânime?

10) Como alguém pode não gostar de Raça Negra?
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O cronista, finalmente, entra em férias. O retorno é só em abril. 11) Será?.

Pauta do Leitor

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