Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

18 de abril de 2024

Chefão do PCC é preso por hobby de luxo


Por Folhapress Publicado 16/09/2019 às 13h20 Atualizado 24/02/2023 às 06h16
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Uma lancha avaliada em R$ 6 milhões comprada por uma empresa de fachada acabou revelando o paradeiro do chefe do tráfico internacional de drogas dentro PCC (Primeiro Comando da Capital).

André de Oliveira Macedo, 42, conhecido como André do Rap, foi preso na manhã deste domingo (15) em uma mansão em um condomínio fechado em Angra dos Reis, no Rio, conforme revelou o UOL. Depois, foi levado pela Polícia Civil a São Paulo, chegando de helicóptero no Campo de Marte.

Na vizinhança rica, André do Rap se passava por um empresário há um ano e meio. No condomínio, pagava R$ 20 mil de aluguel para viver em uma casa cheia de empregados.

Um dos hobbies preferidos era a lancha que mantinha, com três marinheiros à disposição. “Ele vendeu uma lancha mais velha, há mais ou menos 30 dias, por R$ 3,5 milhões e comprou a nova”, diz delegado Fábio Pinheiro Lopes, titular da Divisão Anti-Sequestro da Polícia Civil, responsável pela prisão.

De acordo com Lopes, a compra fez acender o sinal amarelo entre os investigadores.

“Essa lancha foi a deixa para a gente começar a rastrear. Ficamos sabendo que quem comprou a lancha era alguém que não tinha capacidade fiscal”, disse. “Ela está em nome de um empresário que tem uma moto CG. Como um cara que tem uma moto CG tem uma lancha de R$ 6 milhões?”

Os policiais, então, passaram a seguir a lancha. “Ontem recebemos a confirmação de que o barco estava lá, mas não tínhamos a confirmação visual dele. De madrugada, descemos com 23 policiais e conseguimos prendê-lo. Ele estava com mais dois comparsas, todos os três procurados por tráfico internacional.”

Em sua casa não foi encontrado nenhum armamento. “Ele se dizia empresário. Tinha empregados, tinha três marinheiros, tinha muita bebida, muita comida. Estava com várias mulheres lá.”
André do Rap também tinha um helicóptero avaliado em R$ 7 milhões, que seria alugado, e outro do qual ele seria proprietário, segundo a polícia.

Angra dos Reis funcionava apenas como local de veraneio. Segundo a polícia, os crimes de André do Rap eram praticados a partir de Santos, na Baixada Santista.

De acordo com o delegado, informações de agências internacionais levam a crer que André do Rap fazia a ligação com a máfia italiana. “Dois chefes da máfia italiana ‘Ndrangheta, da Calábria, foram presos há mais ou menos 40 dias na Baixada Santista pela Polícia Federal, e achamos que pode haver elos com ele.”

O tráfico ocorre via marítima, por meio do porto de Santos. A droga era enviada para Gioia Tauro, na Calábria. De lá, seguia para o resto da Europa.

Tendo vivido durante anos em Portugal e Holanda, o traficante mantinha conexões em vários países daquele continente.

A reportagem não localizou a defesa de André do Rap na tarde deste domingo (15).

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação