Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

19 de abril de 2024

Navio sob risco no Maranhão tem 295 mil toneladas de minério


Por Agência Estado Publicado 28/02/2020 às 18h54 Atualizado 23/02/2023 às 21h55
 Tempo de leitura estimado: 00:00

A mineradora Vale informou nesta quinta-feira, 27, que tem 294,8 mil toneladas de minério de ferro nos tanques do navio MV Stellar Banner, que está afundando no mar, em área a 100 quilômetros do litoral maranhense. A Marinha avalia se há algum modo de evitar o naufrágio e desencalhar a embarcação, que adernou após duas avarias no casco. Imagens obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo feitas pela Marinha já mostram manchas de óleo ao redor do navio, apesar de as autoridades terem negado vazamentos.

A embarcação é de propriedade e operada pela empresa sul-coreana Polaris. As 294,8 mil toneladas equivalem a quase 100% da capacidade de transporte da embarcação, que pode carregar até 300 mil toneladas.

Além do volume de minério, a embarcação carrega mais 3,5 mil toneladas de óleo residual e 140 toneladas de óleo destilado, que são usados como combustível do navio. As informações sobre a carga só foram fornecidas pela Vale após dois dias de questionamentos pelo Estado.

O MV Stella Banner saiu do porto de Itaqui (MA) em 24 de fevereiro com destino a Qingdao, província de Shandong (China). O navio, que tem 55 metros de largura e 340 de comprimento, o equivale à área de mais de três campos de futebol, encalhou a 100 quilômetros da costa maranhense. O acidente ocorreu na noite de segunda-feira, já fora do canal de acesso ao porto. Para evitar o naufrágio, o comandante do navio adotou uma manobra de encalhe.

A mineradora afirmou que “tem empenhado todos os esforços e recursos para mitigar os possíveis impactos causados pelo incidente”. Os 20 tripulantes do navio já foram retirados em segurança, segundo a empresa. A Vale pediu à Petrobrás o apoio dos navios Oil Spill Recovery Vessel (OSRV) para contenção de eventual vazamento de óleo. A petroleira confirmou o apoio.

A mineradora declarou que buscou a “contratação de especialistas em salvatagem, adicionalmente à empresa contratada pela proprietária e operadora do navio, para acelerar o plano de retirada do óleo da embarcação”. Foram solicitadas ainda boias oceânicas off shore, que podem servir preventivamente como barreiras de contenção adequadas para mar aberto, se necessário, além de colocar à disposição helicópteros para a movimentação de pessoal até o local.

“A Marinha instaurou um inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do incidente”, informou o Comando do 4.º Distrito Naval da Capitania dos Portos do Maranhão.

Uma reunião já foi realizada com a presença de representantes da Vale, da autoridade portuária, do agente marítimo e de mais dois membros da empresa Ardent Global. Um rebocador para conter danos ambientais foi enviado pela Vale.

Crise de reputação

Caso se confirme o naufrágio e seus potenciais danos ambientais, a Vale terá seu nome vinculado a um desastre pela terceira vez em menos de cinco anos. O episódio agrava a crise de reputação iniciada com o rompimento da barragem da Samarco – sociedade com a gigante anglo-australiana BHP -, em novembro de 2015. No auge do episódio que contaminou o Rio Doce, a Vale se declarou uma “mera acionista” da empresa. Posteriormente, veio a tragédia de Brumadinho, que deixou 270 mortos e desaparecidos e novo rastro de lama em Minas Gerais, em janeiro do ano passado.

Os desastres têm reflexos na relação da companhia com uma série de atores: sociedade, órgãos ambientais, governo, investidores. A empresa enfrenta protestos de organizações da sociedade civil e é ré por crime ambiental. Do lado financeiro, a Vale registrou só em relação a Brumadinho despesas e provisões de R$ 28,8 bilhões, mas já admite reservar até R$ 8 bilhões a mais em compensação adicional à sociedade e ao meio ambiente, caso as autoridades se comprometam a dar fim às ações civis públicas. O colapso da barragem de Brumadinho foi o gatilho para investidores estrangeiros pressionarem mineradoras por maior transparência e segurança. A Vale entrou na mira de gestores estrangeiros que se desfizeram de títulos e ações da companhia. Questionada, a Vale não quis comentar os possíveis desdobramentos do episódio.

Segundo uma fonte do setor de mineração, o custo estimado da perda do navio seria de R$ 200 milhões para o armador. Já a carga de minério significaria cerca de R$ 120 milhões na conta da Vale. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Quer receber nossas principais notícias pelo WhatsApp? Se sim, clique aqui, e encaminhe uma mensagem informando o seu nome.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação
Geral

ONGs processam Colégio Porto Seguro por separar aluno bolsista de pagante


As entidades Educafro, a Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced) e a Ponteduca acusam…


As entidades Educafro, a Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced) e a Ponteduca acusam…

Geral

Justiça Federal suspende norma do CFM que probia procedimento para aborto legal


A Justiça Federal no Rio Grande do Sul suspendeu nesta quinta-feira, 18, por meio de liminar, uma resolução do Conselho…


A Justiça Federal no Rio Grande do Sul suspendeu nesta quinta-feira, 18, por meio de liminar, uma resolução do Conselho…

Geral

‘Ação repugnante e macabra’: Justiça mantém prisão de mulher suspeita de levar idoso morto a banco


A Justiça manteve na quinta-feira a prisão de Érika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, que na terça-feira, 16,…


A Justiça manteve na quinta-feira a prisão de Érika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, que na terça-feira, 16,…