Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

01 de maio de 2024

Desmatamento na Amazônia explode durante período eleitoral


Por Folhapress Publicado 11/11/2018 às 11h22 Atualizado 18/02/2023 às 22h26
 Tempo de leitura estimado: 00:00

O desmatamento na região amazônica cresceu 48,8% de agosto a outubro, os meses da campanha eleitoral, em comparação com o mesmo período do ano passado. A floresta perdeu 1.674 km2 nesses três meses, área um pouco maior do que a do município de São Paulo.

Os números são do Deter B, projeto do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que monitora o desmatamento em tempo quase real para subsidiar a fiscalização ambiental. A taxa oficial é calculada pelo sistema Prodes, de maior resolução, mas os dois métodos têm alta convergência.

O principal aumento no desmatamento ilegal ocorreu na divisa entre o Acre e o Amazonas, em região de influência da BR-364. Nesses estados, os saltos foram de 273% e 114%, respectivamente. A pecuária é o principal culpado.

O coordenador do programa de monitoramento da Amazônia, Cláudio Almeida, diz que esses números têm de ser vistos com cautela, pois fatores como ocorrência de nuvens e outras variáveis diminuem a precisão do Deter. Feita a ressalva, ele afirma que o salto de quase 50% preocupa.

“A literatura mostra que diversos fatores levam a um aumento no desmatamento: especulação imobiliária, expansão da fronteira agropecuária, consolidação de infraestruturas regionais, como estradas e portos, e expectativas de desenvolvimento regional”, diz.

Esse aumento, porém, não será detectado pela taxa de desmatamento anual deste ano. A tendência é de uma área desmatada ligeiramente maior do que a de 2017.

Isso ocorre porque o “ano Prodes”, usado para cálculo oficial, é medido de agosto a julho do ano seguinte. Ou seja, o desmatamento dos últimos três meses só será contabilizado oficialmente em 2019.

O monitoramento da ONG Imazon, do Pará, também indica um recente aumento no desmate. Em setembro, o SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) registrou um crescimento de 84% em relação ao mesmo período de 2017.
“São valores bastante altos comparados com o mesmo período do ano anterior, mas é cedo pra fazer qualquer tipo de inferência sobre os dados”, ressalva Antônio Fonseca, pesquisador do Imazon.

As áreas mais desmatadas, segundo o SAD, são propriedades privadas ou áreas em diversos estágios de posse (58%). Em seguida, aparecem assentamentos de reforma agrária (24%) e unidades de conservação (14%).

O desmatamento em terras indígenas (TI) representa apenas 4% do total. Praticamente metade foi detectada na TI Apyterewa, no Pará, onde o governo federal não cumpriu uma decisão de 2015 do STF determinando a retirada de invasores não indígenas.

O ritmo de desmate dos últimos meses só não foi pior por causa das chuvas acima da média do período. Com isso, a ocorrência de focos de incêndio, prática associada ao desmatamento, esteve abaixo da média histórica.

Procurado, o Ibama afirmou que apenas comenta os dados oficiais de desmatamento calculados pelo Prodes.

O desmatamento na Amazônia costuma aumentar nos anos eleitorais, em meio a promessas de políticos de que legalizarão terras griladas ou flexibilizarão a legislação ambiental caso sejam eleitos.

Neste ano, a promessa veio também da campanha do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Em acenos ao agronegócio e apoiado pela bancada ruralista, ele criticou várias vezes a fiscalização do Ibama e disse que o país tem um excesso de unidades de conservação e de terras indígenas.

Eleitoralmente, a estratégia deu certo. Levantamento mostrou que o desmate nos municípios da Amazônia pró-Bolsonaro foi duas vezes e meia maior que o número equivalente nos municípios que votaram mais em Fernando Haddad (PT) no segundo turno.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação
Geral

Sobe para 10 o número de mortes após temporais no RS; 21 pessoas estão desaparecidas


O número de mortes em razão dos fortes temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para dez, de…


O número de mortes em razão dos fortes temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para dez, de…

Geral

Três crianças ficam feridas após queda de reboco do teto de escola infantil em SP


Três crianças, sendo uma de 4 anos e duas de 5 anos, ficaram feriadas após parte do reboco do teto…


Três crianças, sendo uma de 4 anos e duas de 5 anos, ficaram feriadas após parte do reboco do teto…

Geral

Exército envia ao RS helicóptero Pantera e tropa com óculos de visão noturna para buscas


Dois helicópteros modelos Pantera K2 do 2.º BAvEx (Batalhão de Aviação do Exército), decolaram de Taubaté, Vale do Paraíba (SP),…


Dois helicópteros modelos Pantera K2 do 2.º BAvEx (Batalhão de Aviação do Exército), decolaram de Taubaté, Vale do Paraíba (SP),…