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23 de abril de 2024

Jovem de Maringá relata experiência como voluntário em Brumadinho


Por Nailena Faian Publicado 02/02/2019 às 17h31 Atualizado 19/02/2023 às 20h20
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Foram cinco dias em Brumadinho, Minas Gerais, que marcarão para sempre a vida do maringaense Victor Hugo Pereira, de 23 anos. Técnico em enfermagem e socorrista de uma empresa privada de Maringá, o jovem se voluntariou para ajudar as vítimas da tragédia.

Junto com socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Arapongas que também se voluntariaram, ele chegou na cidade mineira no último dia 27, dois dias depois do rompimento da barragem da mineradora Vale que provocou uma avalanche devastadora em Brumadinho. O número de mortes já chegou a 115 e o de desaparecidos, a 248, segundo balanço mais recente do governo de Minas Gerais.

Lá, em meio à lama, o maringaense ajudou na busca de corpos e também auxiliou os sobreviventes e familiares que estavam à procura dos entes queridos.

“Chegavam informações de que havia cheiro forte em determinado lugar e nós íamos fazer busca nas matas, nas margens da lama, em meio aos escombros das casas. Encontramos quatro corpos e resgatamos cinco cachorros, um gato, um boi e outros animais”, conta Pereira.

O maringaense diz que o que mais o marcou foi a força de vontade dos moradores de Brumadinho em ajudar o próximo. “Um perdeu o pai, o outro o tio, mas, mesmo assim, eles queriam ajudar, ofertar água para nós, mostravam os lugares, não ficavam chorando, iam para cima para poder ajudar, depositando confiança na gente. Teve um rapaz que me disse assim: ‘ eu posso não encontrar meu familiar, mas, pelo menos, eu encontro o de outro para que ele tenha um enterro digno´’”, lembra emocionado. 

Pereira presenciou e sentiu a dor dos moradores, só que também testemunhou quem quis se aproveitar da situação. “Algumas pessoas, mesmo correndo risco, não queriam sair das casas. A gente orientava, só que elas tinham medo de serem saqueadas. Teve um casal que foi preso roubando uma moto de um imóvel”, conta.

De volta a Maringá desde quinta-feira (31), Pereira agora fica com as lembranças da tragédia, mas também com paz no coração por ter ajudado tantas pessoas. “É triste porque a gente estuda para isso, mas não queremos que aconteça. Por outro lado fico em paz por ter ajudado de alguma forma, seja nas buscas, seja com um abraço de solidariedade”, finaliza.

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