Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

19 de abril de 2024

Mascote do Cemitério de Maringá era brincalhão e acompanhava enterros


Por Nailena Faian Publicado 22/10/2019 às 18h03 Atualizado 24/02/2023 às 18h34
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Há dois meses a rotina de trabalho dos coveiros do Cemitério Municipal de Maringá ficou mais triste. É que eles perderam seu mascote, o Bebê, um vira-lata de três anos que não perdia um sepultamento. 

Segundo os trabalhadores, o cãozinho apareceu no cemitério há dois anos para acompanhar o sepultamento do dono, morador de Sarandi, e não foi mais embora. Foi então que ele passou a ser companheiro fiel dos coveiros e foi adotado por eles.

Ganhou casinha de madeira, muito carinho, água e comida. O coveiro Damião de Souza era seu melhor amigo. Tirava do próprio bolso, mensalmente, cerca de R$ 40 para comprar ração para o companheiro. Ao GMC Online ele nem conseguiu dar entrevista para falar sobre a morte de Bebê. Disse estar muito triste com a partida do animal.

“Deixou muitas saudades. Ele alegrava nosso dia. Aqui é um ambiente de tristeza e ele alegrava a gente. Ele nos acompanhava por tudo e latia para os varredores começarem a trabalhar”, lembra Paulo Cesar Lopes, o Paulinho Coveiro.

Ele é o coveiro mais antigo do cemitério, trabalha no local há 18 anos. Disse que nunca tinha tido um companheiro como o Bebê. Mesmo quem trabalha no cemitério há pouco tempo relata sentir saudades do cãozinho. É o caso do Paulo Chicareli, que fica na recepção do local.

“Gostava dele, apesar de fazer xixi por tudo. Sempre dava o resto da minha marmita para ele comer”, recorda.

Os coveiros lembram que desde o dia em que chegou no cemitério, o cãozinho não foi mais embora. Ele não colocava as patinhas para fora do portão por nada. O nome Bebê foi dado porque ele era pequeno e amoroso como uma criança, sempre pedia carinho.

“Quando o pessoal estava quietinho ele respeitava e ficava quieto durante os sepultamentos. Mas conforme o pessoal batia palma, ele latia, uivava, pulava. Até ficava com medo dele morder alguém, mas isso nunca aconteceu”, conta o coveiro André Marques.

Atropelamento

Todo faceiro, o cãozinho vivia atrás dos coveiros pelo cemitério. Chegou a ser atropelado três vezes dentro do local. Na primeira vez, foi parar debaixo de um trator e precisou ser levado ao veterinário devido à gravidade dos ferimentos.

“Gastei R$ 600 e dividimos as despesas entre os coveiros. Depois ele voltou e após um ano foi atropelado de novo, dessa vez por um carro. Ficou andando mancando, mas se recuperou. E agora a última vez el foi atropelado por uma picape de um homem que faz duplagem de túmulos. Mas foi sem querer, o homem chegou a chorar nos meus pés pedindo desculpas”, recorda o coveiro Helenildo Aparecido Marques.

Bebê não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo na hora. A vontade dos coveiros era enterrar ele ali mesmo, no cemitério, para que ficasse perto deles. Mas como não é pemitido, o cãozinho foi recolhido pela prefeitura e agora o que resta é a saudade e as lembraças dos momentos com ele.

Quer receber nossas principais notícias pelo WhatsApp? Se sim, clique aqui, e encaminhe uma mensagem informando o seu nome.

Fotos: João Paulo Santos

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação