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23 de abril de 2024

Maringaenses acolhem refugiados da Venezuela


Por Nailena Faian Publicado 08/08/2018 às 16h31 Atualizado 17/02/2023 às 22h00
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“Aqui é melhor porque é mais barato para comprar comida”, afirma o menino de apenas 7 anos, que fugiu junto com a família do caos político e econômico que vive a Venezuela e se abrigou em Maringá há três meses.

Igual ao pequeno, outros 21 venezuelanos foram acolhidos na própria casa de maringaenses que são Testemunhas de Jeová, ou estão morando em imóveis de aluguel bancados pela comunidade religiosa.

Em Roraima, fronteira com a Venezuela, existem abrigos providenciados pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas os locais já estão lotados e há filas. Enquanto aguardam por uma vaga, os refugiados vivem nas ruas.

Sensibilizados com a situação, Testemunhas de Jeová de várias cidades do Brasil se uniram para abrigar os venezuelanos que fazem parte da mesma religião. Eles montaram uma casa de apoio em Roraima e de lá os refugiados são enviados para outras cidades do país.

“Não estávamos conseguindo fazer três refeições por dia na Venezuela. Era uma e, às vezes, duas refeições. E eu, com dois filhos pequenos, um de 7 e outra de 5, era muito complicado. Se a criança precisasse de um sapato, teria que escolher entre comer ou comprar o calçado”, desabafou o pai.

Agora, ele mora numa casa em Maringá alugada pela comunidade e também recebe ajuda com alimentação. Já conseguiu emprego de funileiro e pretende ficar por aqui.

Esse fluxo de refugiados começou em 2013, quando a Venezuela passou a enfrentar uma série de crises econômicas e políticas em razão do aumento da inflação. Ao longo dos últimos anos, as condições vêm piorando no país e a imigração só aumenta.

Dario Vegas, 58 anos, trabalhava como joalheiro na Venezuela, mas se viu obrigado a sair do país de origem. “Lá, um trabalhador ganha 5 milhões de bolívares e consegue comprar apenas um quilo de carne”, afirma indignado.

Atualmente, o salário mínimo é de 3 milhões de bolívares, o equivalente a R$ 4,29. A inflação da nação chegou a 128,4% em junho passado.

Regularização

A maioria dos venezuelanos acolhidos pela comunidade de Maringá já está trabalhando e caminhando para a independência.

“Ajudamos na moradia, alimentação, a fazer os documentos, carteira de trabalho. O objetivo é que eles consigam independência e tenham uma vida melhor”, afirma o coordenador do projeto em Maringá, Fabiano Conceição.

Quando chegam ao Brasil, os refugiados precisam pedir residência temporária de dois anos e, se quiserem permanecer, podem solicitar a moradia permanente, desde que não tenham registro criminal e comprovem ter meio de subsistência. A medida foi implantada pelo Governo Federal neste ano.

Entrada de imigrantes

Na última segunda-feira (6), o juiz federal Helder Girão Barreto, de Roraima, havia suspendido o ingresso de venezuelanos ao Brasil pela fronteira com o estado.  No entanto, no dia seguinte, a passagem foi liberada novamente com base em uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

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