Restaurante adere ao ‘Drink La Penha’ para ajudar mulheres em risco
De forma sutil, um restaurante de Maringá tem oferecido auxílio a mulheres que estejam sofrendo qualquer tipo de violência. Por meio de uma mensagem deixada no banheiro feminino, o estabelecimento se propõe a ajudar a vítima a deixar o local em segurança caso esteja em uma situação desagradável.
“Ei, moça! Você está em um encontro que não está indo muito bem? Você está num encontro e a pessoa não é quem ela dizia ser? Você não está se sentindo segura? Estamos aqui para ajudar! Apenas vá até um de nossos atendentes e peça o drink ‘La Penha’. Iremos chamar alguém do restaurante para te acompanhar até seu carro, Uber, táxi, ou até chamar a polícia se necessário. Não se cale! Não tenha medo. Você não está sozinha! Estamos aqui para te apoiar!”, garante o aviso.
A iniciativa faz parte da campanha “Eles por Elas”, criada anos atrás no Rio Grande do Sul e que ganhou a adesão de estabelecimentos de todo o país. Camila Yoshida, proprietária do AlbaDore Ristorante e Pizzeria de Maringá, diz que a ideia chegou até ela por meio de uma amiga e logo foi colocada em prática.
A empresária, que foi vítima de violência doméstica aos 16 anos, explica que conversando com os clientes observou que o restaurante recebia inúmeros primeiros encontros de casais. Em muitos casos, os dois se conheciam pela internet e iam até o local para ter o primeiro contato pessoalmente.
“Isso me deixou um pouco preocupada. Foi quando resolvi aderir à campanha”, afirma.
Segundo Camila, a equipe do restaurante é treinada para agir de forma discreta e segura caso alguma mulher solicite ajuda. O barman é quem faz o primeiro contato para entender quais providências a mulher deseja que sejam tomadas.
“Caso precise apenas solicitar Uber, a gente solicita. Caso precise chamar a polícia, a gente chama. Ou caso a gente precise levar até em casa, a gente leva com o nosso veículo”, diz a empresária.
De acordo com ela, a mensagem para as clientes foi colocada há um ano e, até agora, nenhuma mulher pediu ajuda. No entanto, funcionárias da casa, ao observarem a postura de repúdio à violência contra a mulher, manifestaram-se e solicitaram auxílio para deixarem os relacionamentos abusivos que viviam.
“Quem passa por uma agressão se sente culpada e envergonhada. Às vezes, conversar com um amigo ou familiar é muito difícil, e a ajuda pode vir de quem a gente menos espera. É para as pessoas que são agredidas saberem que a comunidade vai acolher, que elas não precisam se sentir culpadas, elas têm com quem contar”, destaca Camila.
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