Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

17 de abril de 2024

Dois cubanos deixam programa Mais Médicos em Maringá


Por Victor Simião/CBN Maringá e Folha Press Publicado 14/11/2018 às 20h27 Atualizado 18/02/2023 às 23h22
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Com a decisão do governo Cubano em não continuar a parceria no programa Mais Médicos no Brasil, dois profissionais da área que atuam em Maringá vão deixar o município. Eles foram comunicados nesta quarta-feira (14).

O Ministério da Saúde cubano decidiu encerrar a participação no programa após questionamentos feitos pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, do PSL. Uma nota foi divulgada no site da pasta. Bolsonaro se manifestou pelo twitter.

“Condicionamos a continuidade do programa Mais Médicos à aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, disse Bolsonaro na rede social.

“Além de explorar seus cidadãos ao não pagar integralmente os salários dos profissionais, a ditadura cubana demonstra grande irresponsabilidade ao desconsiderar os impactos negativos na vida e na saúde dos brasileiros e na integridade dos cubanos”, acrescentou mais tarde o presidente eleito.

Em Maringá, um dos médicos está na cidade há três anos. O outro, há quatro.

Neusa Moreno, gerente de estratégia da saúde no município, lamentou, em entrevista à CBN Maringá,  a saída dos profissionais. Ela elogia os médicos, e diz aguardar mais informações. Cada um dos médicos ficava responsável por aproximadamente quatro mil pessoas.

Maringá atualmente tem 21 médicos no programa mais médicos. A maior parte é formada por brasileiros, e tem também venezuelanos e os dois cubanos. Em todo o Brasil são 8.500 médicos cubanos. Ao todo, o mais médicos tem 18 mil pessoas.

O programa mais médicos foi criado em 2013, pelo governo Dilma Rousseff. O objetivo era o de levar médicos para cidades menores. A participação de estrangeiros foi aberta porque em muitos casos brasileiros não vão para cidades de pequeno porte.

Para o presidente do Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), Mauro Junqueira, com a troca de governo, a ruptura com Cuba já era esperada -mas não de forma antecipada como ocorreu.

Segundo ele, caso não haja rapidez na adoção de medidas para reposição das vagas, há risco de desassistência. O problema ocorreria especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde há maior número de médicos cubanos.
“A ruptura é inevitável, mas precisa ter prazos. Não estamos tratando de mercadoria, estamos tratando de vidas. Cada médico fica em equipe que atende uma média de 3.400 pessoas. Se pegar 8.500 médicos, são 24 milhões de brasileiros. Não dá para retirar de um dia para o outro”, afirma.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação