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19 de abril de 2024

De grana à dentadura: encontra-se de tudo no ‘Bota-Fora’


Por Nailena Faian Publicado 13/08/2018 às 17h30 Atualizado 17/02/2023 às 22h50
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“Se a gente encontra algo que um colega precisa, a gente guarda para doar”, diz o servidor Arlindo Souza.

Engana-se quem pensa que todo lixo não serve para nada. O Bota-Fora, programa da Prefeitura de Maringá que recolhe recicláveis e entulhos, é um exemplo.

Quem comprova isso são os servidores da Secretaria de Serviços Públicos (Semusp) que trabalham na coleta. Eles acham de tudo, desde eletrodomésticos em boas condições até coisas bizarras, como dentaduras.

“Já achei cinco dentaduras”, lembra o servidor Evandro da Silva, de 42 anos.

A lista de coisas diferentes não para por aí: manequim, cadeira de rodas, muleta, esteira, ventilador. Também são encontradas raridades. João Silva, apelidado de Faísca por causa da sua agilidade no trabalho, teve a sorte de achar uma câmera antiga.

“É uma relíquia. Tenho um netinho pequeno, quando ele chegar na minha idade vai mostrar para os amigos”, diz alegre com a aquisição.

Outra servidora chegou a encontrar uma máquina de datilografia. Só que o achado mais proveitoso até o momento é uma caixinha de som portátil. O aparelho anima a rotina cansativa de trabalho.

A reportagem do portal GMC Online acompanhou uma manhã de trabalho da equipe do Bota-Fora no Conjunto Borba Gato. Em meia hora, metade de um caminhão já estava lotado de recicláveis.

Segundo os coletores, eletrônicos e eletrodomésticos são os produtos mais descartados, muitos ainda em boas condições. O motorista Egídio Ferreira, 53 anos, disse já ter recolhido rádio, micro-ondas e fogão, todos ainda aptos para serem usados. “Quando a gente não precisa, doa para pessoas que necessitam”, diz.

DVD, televisão de tubo, televisão das mais modernas, tanquinho de lavar roupa e celular são alguns dos “lixos” coletados pelos servidores. “Jogam fora coisa boa. Já achei ferro de passar roupa, máquina de lavar roupa e até bicicleta. Se a gente encontra algo que um colega precisa, a gente guarda para doar”, diz o servidor Arlindo Souza.

Quem acha o objeto tem direito de ficar com ele. É assim que funciona entre os servidores. Nunca teve briga entre eles em virtude de algum achado. E olha que teve quem encontrou até dinheiro. “Já achei R$ 50”, comemora Faísca.

O Bota-Fora denuncia a falta de empatia, de solidariedade. Isso porque muitas roupas e sapatos em condições favoráveis, que poderiam ser doados, são descartados. Esta é a análise de Faísca. “O Brasil está podendo, o pessoal joga muita coisa. E os bairros mais pobres são os que mais jogam roupa”.

Programa

O Bota-Fora dispõe de quatro caminhões, dois que coletam recicláveis e dois que recolhem objetos de madeira e entulhos. São 16 servidores que, no ano passado, coletaram mais de duas mil toneladas em 47 bairros. Neste ano, foram recolhidas mais de 200 toneladas de entulhos e recicláveis.

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