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18 de abril de 2024

‘Cadê’ a chuva e o frio do inverno? Especialista responde


Por Monique Manganaro Publicado 29/08/2019 às 12h27 Atualizado 24/02/2023 às 01h35
 Tempo de leitura estimado: 00:00

As condições atípicas deste inverno chamam a atenção, inclusive, de especialistas da área. Apesar de ser a estação mais seca do ano, o inverno em 2019 agravou ainda mais o cenário e a estiagem em Maringá já dura 46 dias. Este está entre os sete meses de agosto mais secos registrados na estação em 30 anos.

Os poucos dias de frio que a cidade registrou são outro fator atípico. De maneira geral, o inverno na região reuniu dias quentes, com temperaturas próximas aos 30°C.

De acordo com o Geógrafo Climatologista e coordenador da Estação Climatológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Leandro Zandonadi, as médias mostram, justamente, que os menores volumes de chuvas ocorrem nos meses de julho e agosto.

– Previsão mostra chegada de frente fria; será qhe chove em Maringá?

“Em alguns anos, chega a não chover, de fato. Essa diminuição de chuvas no inverno é decorrente justamente do ar frio que predomina no período e o ar frio tende a ser mais seco que o ar quente”, explica o especialista.

No entanto, o agravante deste ano foi a falta de chuvas que já ocorria desde janeiro. “O único mês em que as chuvas ficaram acima da média foi março, mas elas se concentram nos primeiros 10 dias daquele mês. Então, já havia um cenário de ressecamento por causa dos baixos volumes de chuvas desde o início do ano e que se agravou agora com a chegada do inverno”, detalha.

Segundo Zandonadi, os baixos volumes de chuva são ocasionados pelo resfriamento do Oceano Atlântico Sul que ocorre desde o ano passado. Águas mais frias significam menos evaporação e menos massas de ar frio vindo até esta região do Paraná.

Esse fator, inclusive, explica também o frio menos intenso registrado este ano. As áreas de águas quentes nesse oceano servem como polos de atração para as massas de ar frio. Sem elas, o frio não consegue se aproximar – ou chega com menos intensidade.

“Além disso, sempre que uma massa fria avança, ela gera uma frente fria na sua vanguarda, que é responsável por chuvas, logo, se não temos massa fria chegando, não temos chuvas também. As frentes frias são as principais responsáveis pelas chuvas nas estações frias”, destaca o coordenador.

O aumento das temperaturas também está atrelado à presença do fenômeno El Niño no Oceano Pacífico que, mesmo de fraca intensidade, se prolongou até o mês passado, conforme Zandonadi. A atuação do El Niño aumenta as temperaturas na região sul do Brasil.

“Então, temos dois oceanos contribuindo para o cenário este ano, sendo um mais para os baixos volumes de chuvas e o outro mais para as temperaturas mais elevadas. E se há menos chuvas, há menos nebulosidade e a radiação consegue entrar sem bloqueio, o que também ajuda a provocar um aquecimento mais intenso, principalmente durante as tardes”, frisa.

Vem chuva por aí?

A previsão, até esta quinta-feira (29), é animadora para quem está esperando pela chuva. Segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), podem ocorrer pancadas de chuva no próximo domingo (1º), na segunda (2) e na terça-feira (3).

As temperaturas, no entanto, continuam altas. Durante a primeira semana de setembro, as máximas podem ultrapassar os 30°C. Para o dia 7, sábado, a previsão é de que a temperatura atinja os 36°C.

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