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19 de abril de 2024

8 meses sem energia: vaquinha online quer ajudar idosa a quitar dívida


Por Nailena Faian Publicado 29/03/2019 às 17h00 Atualizado 20/02/2023 às 20h51
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Com as mãos estendidas para o céu, dona Antônia Pereira da Silva, de 80 anos, agradece. Ela ficou oito meses sem energia elétrica e, na última segunda-feira (25), a luz voltou para a humilde casa localizada na Avenida Cerro Azul, no Jardim Novo Horizonte, em Maringá.

Isso só aconteceu porque uma jovem que mal conhecia dona Antônia se comoveu com a situação da idosa e resolveu ajudar. “Eu ofereci internet para ela comprar, só que daí ela disse que não tinha nem energia. Perguntei se pudia ajudar fazendo um post na internet e ela deixou”, conta Ketlyn Poliana. 

Segundo a família de dona Antônia, ela é pensionista e morava na casa com um filho doente, que não tinha condições de trabalhar, e mais dois netos. A energia elétrica chegava até a casa por meio de um “gato” feito pelo filho. No entanto, quando a gambiarra foi descoberta, a energia foi cortada e a idosa recebeu cobrança do valor consumido de maneira ilegal.

Sem condições financeiras, o valor não foi pago e acumulou juros. Hoje, a conta está em R$ 18 mil. Para ajudar a arrecadar o dinheiro, Ketlyn divulgou o caso em uma rede social, montou um grupo no WhatsApp e criou uma vaquinha online.

“Um senhor que ficou sabendo por meio da Ketlyn foi na Copel e conseguiu fazer com que o valor fosse integralmente parcelado. Eu já tinha tentado várias vezes, em uma delas até fui parar no hospital com suspeita de infarto”, conta a irmã da dona Antônia, Carlinda Rodrigues da Rocha.

Por causa do parcelamento, foram acrescentados juros e a dívida subiu para R$ 25.200 e foi parcelada em 36 vezes de R$ 700.

“Está difícil, a nossa casa ficou como garantia e a parcela é alta. A gente também está pagando R$ 250 por mês para a prefeitura porque impostos da casa estavam atrasados há oito anos, mas conseguimos negociar o parcelamento”, afirma Carlinda.

“Eles já tinham ido na Copel 20 vezes tentar negociar. Foram para as pequenas causas e perderam. Mas nós fomos atrás e conseguimos ajudar. A senhora de 80 anos não tinha culpa, ela não tinha noção que a energia vinha por meio de um ‘gato'”, afirmou o coordenador da Defesa Civil de Maringá, Adilson Costa, responsável por ter consiguido a negociação com a Copel.

Recentemente, dona Antônia perdeu o filho que morava com ela. Ele passou por um transplante de rim em Curitiba, chegou a voltar para Maringá, mas não resistiu. “Ela estava muito triste com tudo isso, mas depois que ligaram a energia voltou a se alegrar”, conta a irmã.

Carlinda diz que tentou levar a irmã para morar com ela, mas o convite foi recusado. “Ela mora naquela casa há 45 anos. Nos meses que ficou sem luz, usava um farolete e pedia para os vizinhos carregarem, foi uma humilhação total”, lembra.

Ela agradece a todas pessoas que de alguma forma ajudaram a irmã para que a energia fosse restabelecida.

Quem tiver interesse em ajudar na vaquinha online para que a dívida seja quitada, é só clicar neste link.

O que diz a Copel

A Copel informou que “nos casos de procedimento irregular que impede a medição correta da energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determina que as distribuidoras levantem a diferença de consumo por meio de um dos critérios descritos na Resolução Normativa nº 414/2010 (art. 130), podendo cobrar até 36 meses retroativos desta energia que não foi faturada.”

Segundo a companhia, o consumidor que incide na prática arca também com os custos administrativos e, quando há danos causados ao medidor, deve reparar o custo do equipamento.

Ainda segundo a companhia, “mesmo não sendo uma exigência do órgão regulador, a Copel possibilita o parcelamento dos débitos, a fim de facilitar a regularização das ligações.”

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