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16 de abril de 2024

‘Black Mirror’ filmado na avenida Paulista lidera onda de séries em SP


Por Folhapress Publicado 03/06/2019 às 11h18 Atualizado 22/02/2023 às 17h10
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Depois de ter sido cenário de um episódio da segunda temporada da série “Sense8”, da Netflix, a cidade de São Paulo voltará a aparecer em outro sucesso de audiência do mesmo serviço de streaming americano.

A capital paulista será o pano de fundo de uma das três histórias da quinta safra de episódios de “Black Mirror”, com estreia marcada para 5 de junho. Quem quiser ver a paisagem da metrópole virar cenário da produção, conhecida por seus diversos retratos distópicos do século 21 e pelo uso de tecnologia, deve ficar atendo ao último episódio.

Mas não espere uma cidade futurista com carros voando ou nada parecido. Dirigido por Owen Harris, “Striking Vipers”, como é chamado o capítulo, fala sobre o reencontro de dois amigos de faculdade e parece ser uma das tramas menos calcadas em questões tecnológicas.

No elenco estão os atores Anthony Mackie, Yahya Abdul-Mateen II, Nicole Beharie, Ludi Lin e Pom Klementieff.

O trailer praticamente não permite ver a cidade, mas é possível extrair de uma rápida passagem pelas imagens do personagem central e sua família ao menos um cenário -eles habitam uma casa de subúrbio rico, em um ponto aparentemente mais elevado, e no horizonte surge o skyline.

As equipes de filmagem da série -que tem histórias autônomas que podem ser vistas em qualquer ordem- esteve na capital paulista em março e abril do ano passado. Eles gravaram numa série de locações, entre eles a sede deste jornal, com um time que somou cerca de 150 profissionais, tanto brasileiros quanto estrangeiros.

Estão na lista dos lugares que receberam as filmagens o viaduto Santa Ifigênia, as avenidas das Nações Unidas e Chucri Zaidan, o heliponto do edifício Copan, o edifício Louvre -ambos marcos arquitetônicos do centro-, um hotel e o restaurante D.O.M. Os porta-vozes da casa do chef Alex Atala, porém, não confirmaram que o lugar foi mesmo usado como um dos cenários.

Há cláusulas nos contratos firmados com a Netflix que determinam sigilo sobre todo o conteúdo do seriado.

Outro cenário -importante dizer que São Paulo não será necessariamente mencionada e nem são garantidos enquadramentos com paisagens reconhecíveis- é um apartamento no edifício Três Marias, na avenida Paulista.

Por que São Paulo? A Netflix ainda faz mistério sobre essa escolha. No último Rio2C, série de debates sobre o audiovisual realizado no fim do abril, o criador de “Black Mirror”, Charlie Brooker, se esquivou de perguntas sobre as gravações na cidade. No entendimento dele, seria spoiler revelar qualquer informação a respeito.

O que deve marcar os novos episódios é uma atmosfera mais otimista em relação ao futuro, segundo ele. Até aqui, “Black Mirror” mostrou soldados que, com implantes na córnea, confundiam seres humanos com insetos gigantes e os metralhavam, ou pessoas presas em criações de natureza bastante opressora, como um aparato tecnológico para o qual seria possível transferir os nossos pensamentos.

Houve ainda um casal de mulheres que se tornam amantes em um jogo virtual que reproduz a atmosfera dos anos 1980, e só ali elas encontram a sua felicidade.

Para além das especulações sobre como São Paulo deve aparecer em um desses novos capítulos, há uma outra questão –estaria a cidade se abrindo cada vez mais a novas produções internacionais?

Segundo a Spcine, que é quem constrói essa ponte desde 2016, quando começou a atuar, a cidade recebeu 40 produções internacionais -entre filmes publicitários, documentais e ficcionais- que foram gravados em espaços públicos da capital. Não há contagem de períodos anteriores.

Entre 2016 e o ano passado, o número de produções estrangeiras em São Paulo mais que dobrou. Foram 6 há três anos, que subiram para 10, em 2017, e depois para 18, no ano passado. Em 2019, sete produções estrangeiras já pisaram em solo paulistano.

Hoje, segundo Laís Bodanzky, diretora da Spcine, a empresa disputa com outras cidades ser locação para uma série do ator Keanu Reeves. “A gente negocia com eles quase diariamente”, diz Bodanzki, sem revelar o conteúdo da série nem o perfil de paisagem que interessaria a Reeves.

Entre as produções internacionais cadastradas pela Spcine, está a série francesa “Crime Time – Hora de Perigo” sobre um ex-policial militar, que gravou em 2016 no parque Ibirapuera, no Theatro Municipal e no viaduto do Chá, entre outras locações.

Também veio para cá “HaMerotz LaMillion”. A versão de Israel do reality show americano “The Amazing Race” gravou, por exemplo, no estádio do Pacaembu e no Mercado Municipal, entre outros, em dezembro do ano passado.

Segundo Bodanzky, atrair produções internacionais é interessante para a cidade por razões econômicas -ela cita impostos, geração de emprego e utilização de serviços da cidade- e também para tornar São Paulo mais conhecida.

“Você exporta um imaginário sobre a cidade. Um bom exemplo é Nova York. Muita gente nunca pisou lá, mas conhece a cidade”, afirma.

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