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16 de abril de 2024

RESÍDUOS NUCLEARES


Por Rogel Martins Barbosa Publicado 23/10/2018 às 10h00 Atualizado 18/02/2023 às 17h02
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Vale a pena falar sobre resíduos nucleares. Nos lembramos de acidentes como em Chernobyl ou do Césio 137 em Goiânia, mas nos esquecemos que o problema de lixo nuclear pode ser maior e estar mais próximo do que imaginamos. Neste artigo, voamos passar pela #HistoriaDosResiduos nucleares e algumas outras informações.

A história da sujeira nuclear começa com força na segunda guerra mundial, quando pensamos em Hiroshima e Nagasaki. Após a segunda guerra mundial, precisamente em 1957 foi criada a AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica em resposta aos medos e expectativas gerados pelas descobertas dos diversos usos da tecnologia nuclear. A gênese da Agência foi o discurso “Atoms for Peace” do presidente dos EUA Eisenhower para a Assembleia Geral das Nações Unidas em 8 de dezembro de 1953.

Esta agência produz publicações técnicas e científicas sobre energia e resíduos nucleares. Como exemplo de publicação de resíduos nucleares, temos o livro técnico da Série TECDOC Series Seleção de Soluções Técnicas para a Gestão de Resíduos Radioativos de 2017, cujo objetivo é identificar e analisar criticamente soluções técnicas a serem consideradas ao selecionar tecnologias de gerenciamento de resíduos. Esta publicação pode ser baixada no sitio eletrônico da agência diretamente no link http://www-pub.iaea.org/MTCD/Publications/PDF/TE-1817_web.pdf

Mas o que é resíduo nuclear? É todo resíduo formado por compostos radioativos que perderam a utilidade de uso. Veja que ele não pede a característica principal do conceito de resíduo: a idéia de valor negativo e ânimo de se livrar dele.

Os resíduos nucleares têm como principais geradores as usinas nucleares, quando após o processo de fissão nuclear produzem uma sobra do uso do urânio. Esta sobra é considerada lixo nuclear. Armas nucleares também são fontes, desde a fabricação, manutenção ou desativação e o uso delas, logicamente, gera muito resíduo nuclear.

Também temos os laboratórios de exames clínicos onde alguns instrumentos de exames médicos usam produtos radioativos como, por exemplo, máquinas de raio-x. E tem aplicações que poucos conhecem, como o uso de radioisótopos em alimentos. Por exemplo, se usa até um kGy (quilo grei), considerado como dose baixa, para inibição do surgimento e desinfestação de insetos e parasitas em batata, cebola, alho, gengibre, inhame, cereais, frutas frescas, alimentos secos além de atrasar o amadurecimento de frutas frescas, legumes.

Usa-se uma dose média, de um a dez kGy para estender a vida útil, parar a deterioração, matar patógenos de peixes, morangos, cogumelos, frutos do mar, aves de capoeira e carne. Usa-se uma dose alta, de dez a cinquenta kGy para esterilização industrial e descontaminação de carnes, aves, frutos do mar, alimentos preparados especiarias, etc.

A radiação também é usada para esterilizar embalagens de alimentos. Nos Países Baixos, por exemplo, as embalagens de leite são esterilizadas por irradiação para eliminação das bactérias.

Sem dúvida os maiores produtores de resíduos nucleares ou atômicos são a indústria bélica e a indústria de energia. Os resíduos radioativos são classificados internacionalmente como resíduos do tipo 7 e são divididos conforme seu nível de radioatividade em baixo nível (LLW), de nível intermediário (ILW) ou de alto nível (HLW).

Mas o grande problema hoje é o que fazer com o resíduo nuclear. Mas este assunto vamos abordar no próximo artigo. Até lá!


Quem é o articulista
Rogel Martins Barbosa
Advogado, escritor, professor do curso História dos Resíduos.

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