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20 de abril de 2024

A GARBOLOGIA E O PANORAMA ABRELPE 2017


Por Rogel Martins Barbosa Publicado 25/09/2018 às 10h00 Atualizado 18/02/2023 às 10h08
 Tempo de leitura estimado: 00:00

A primeira pergunta que você pode me fazer: o que tem a ver o Panorama da Abrelpe 2017 recém lançado e a Garbologia? Eu direi: talvez a resposta para um fenômeno que o Panorama retratou.


Na conclusão do Panorama lançado agora no mês de setembro de 2018, tem a seguinte afirmação “A consolidação das pesquisas realizadas junto aos municípios permitiram projetar os dados com um índice de segurança superior a 95% e evidenciaram um aumento na geração de resíduos sólidos urbanos, em índice superior ao crescimento populacional, revertendo a tendência verificada na edição anterior do Panorama, apesar de o país ainda estar emergindo de uma crise econômica de consideráveis proporções”.


Para entender isto precisamos voltar na #HistoriaDosResiduos até o ano de 1992 quando foi lançado nos EUA o livro de William L Rathje e Cullen Murphy chamado Rubbish! The archaeology of garbage (Lixo! A arqueologia do rejeito, numa tradução livre) pela HarperCollins Publishers.


Este livro foi muito importante porque o professor Willian Rathje foi o primeiro professor da disciplina acadêmica Garbologia na Universidade do Arizona em 1973. A garbologia, como arqueologia do lixo, nos ajuda na compreensão e solução da problemática dos resíduos sólidos urbanos.


O professor Rathje foi quem encabeçou o projeto de estudo garbológico “The Tucson Garbage Project” em 1973 cujas conclusões sobre a degradação do aterro e os padrões de resíduos do consumidor estão em seu citado livro.


O projeto de Rathje provou que quando os recursos são escassos, as pessoas tendem a comprar quantidades maiores para estocar e economizar, mas nem sempre conseguem consumir antes da data de validade e aí perdem alimentos. Como exemplo disto cita a compra de carne bovina cujos dados coletados no estudo mostraram que o desperdício dela é muito mais comum durante uma recessão econômica.


E este é o ponto que toca na conclusão do Panorama. O Panorama é um retrato do ano de 2017, onde a crise se fez mais forte economicamente com aumento de desemprego, do que no ano anterior.


Assim, pode não ser fator exclusivo, mas a Garbologia tem uma boa resposta para o aumento da produção de resíduos: a crise. A crise que poderia sugerir que haveria menos desperdício, na verdade produz mais, pelo mesmo motivo: a escassez de recursos e a ideia de provisionar quando possível.


Conclusão: isto prova mais uma vez que para compreender o presente só conhecendo o passado e no nosso caso significa conhecer a #HistoriaDosResiduos.

 

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