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24 de abril de 2024

Exercitar


Por Passeio Publicado 09/11/2018 às 09h00 Atualizado 18/02/2023 às 22h09
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Como professor, me sinto na obrigação de alcançar o máximo possível da cultura humana. Para isso, leio muitos textos atuais e um bom tanto de textos antigos. Quanto mais leio, mais percebo quão pouco eu sei. Eis a anedota socrática. E, lendo, me espanto com a genialidade de algumas pessoas. Poderia dar vários exemplos, mas vou me reservar a citar um pensador que acredito ter sido incrivelmente importante para a intelectualidade ocidental: Sigmund Freud.

Freud não foi um líder político carismático, nem um mega milionário, e experimentou pouco poder social em suas mãos. No máximo, o pai da psicanálise vivenciou algum poder na prática terapêutica e outro tanto no círculo intelectual. Você pode me perguntar por que Freud me causa tanta admiração?. Lhe digo: isso se dá porque ele explicou o ser humano como poucos na história da humanidade. A estrutura do funcionamento da Psique certamente seria compreendida muito mais superficialmente se não fosse pelas palavras de Freud.

Quando acesso as maravilhas da mente humana sinto um misto de prazer e tristeza, algo que, por sinal, pode ser bem explicado com o pensamento freudiano. O prazer vem da descoberta, do contato com o a riqueza da potencialidade humana. E é justamente isso que chamo de riqueza. Por outro lado, me entristeço, pois em palavras do próprio Freud “pouco são os indivíduos que compreenderão essa concepção”. Acho que todos deveriam ter o direito a entender. E essa é a segunda maior miséria da humanidade, a ignorância. A primeira? A fome que mata, limita e enriquece os perversos.

Tudo está conectado. É importante ao rico que o pobre seja ignorante. Só assim ele continuará comprando alimentos tratados com diversos tipos de venenos em prol de sua qualidade de vida. É importante também que os ricos sejam ignorantes, e em grande parte o são. Sim, pois se fossem mais inteligentes depositariam seus esforços mais viver do que em ganhar. Curiosamente, ganha-se os jogos da vida enquanto a vida se perde.

Por tudo isso, te afirmo, estudar é um ato político. Não político no sentido partidário – e se você pensou que estava falando em política partidária, procure ajuda! – mas, político no sentido de construção do benefício comum. Outro dia uma aluna me mostrou um livro de um desses gurus da educação que vivem na TV dando entrevistas em programa de auditório. Com muito tato, disse a ela que podia acessar conhecimentos mais profundos do que aquele que estava em suas mãos. Sempre podemos acessar um pouquinho mais.

Não me acho melhor do que ninguém, isso é fato. Não me sinto nem no direito de me questionar se o mendigo vai usar o dinheiro da esmola para comida ou pinga, pois sei e afirmo que provavelmente eu nem aguentaria viver se não fosse pelo uso de drogas lícitas. Cada um escolhe seu jeito de lidar com a existência. Mas, acredito que – e sem nenhuma intenção de ser melhor do que alguém – podemos alcançar mais, estar acima da média, não nos conformarmos com a condição de medíocre.

Você pode supor que enquanto eu leio Freud, alguém corre uma maratona, e cada um supera a média como bem lhe aprouver. Ok, nesse caso não discordo. Cada qual escolha os músculos que prefira exercitar.

Pauta do Leitor

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