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25 de abril de 2024

Assédio e o problema da verdade


Por Gilson Aguiar Publicado 23/08/2018 às 11h15 Atualizado 18/02/2023 às 00h53
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Uma professora foi acusada de assédio moral por alunos da Universidade Estadual de Maringá, do Curso de Engenharia Agrícola de Cidade Gaúcha. Os acadêmicos fizeram greve e exigiram que a docente fosse afastada. Ela foi. Uma sindicância foi aberta para investigar as acusações de ofensa. A greve discente foi suspensa.

Entre as acusações contra a docente da UEM está a de dizer que os alunos não mereciam estar ali. Segundo eles, ela humilhava e depreciava o desempenho acadêmico. Tudo isto de forma pública. Uma agressão. Se isto ocorreu, a agressão aconteceu. Ninguém frequenta uma instituição de ensino para ser agredido, mas para saber a verdade, conteúdos científicos e técnicos, se qualificar para uma profissão.
A questão é, qual o limite do professor em ensinar e qual o direito do aluno na condição de aprendiz?

A educação nunca foi tarefa fácil. A autoridade docente tem se desgastado e a relação entre professor e aluno se deteriorado. “As coisas mudaram”, muitos podem argumentar. Isto também é verdade, mas para pior em alguns casos. Sem deixar de levar em consideração que o passado tem seu modelo autoritário de educação. Só não vamos esquecer que hoje, os professore perderam autoridade.

Muitos professores confundem o respeito que o acadêmico deve ao docente, na mesma proporção o inverso, com o direito de o professor falar o que quiser ao aluno. Porém, não vamos deixar de levar em conta, que dentro de uma sala de aula, alunos costumam agredir moralmente professores e consideram que estão no pleno exercício de seus direitos.

No caso da professora da UEM é difícil chegar a uma conclusão. Mas se ocorreu assédio moral, ofensa aos alunos, e se isto foi um ato constante, ela deve ser punida.

Não gostaria, contudo, de deixar de analisar um ponto da questão. Muitos que frequentam as salas de aula em uma instituição de ensino superior não tem conhecimento básico para darem continuidade aos estudos. Não por acaso, várias instituições educacionais ofertam cursos básicos de matemática e português. Algumas dão noções de física, química e biologia básica. Dar conteúdo do ensino fundamental e médio aos universitários na busca de ter condições de que aprendam o mínimo dentro de sala de aula nas disciplinas de graduação não é bom sinal.

Para alunos qualificados, que estejam preparados para o conteúdo das disciplinas que ingressam na academia, dar aula de conhecimento básico é uma ofensa, chamá-lo de burro. Seria uma decepção, andar para trás, perda de tempo. Hoje, para parte considerável deles, é uma ajuda necessária, um respeito. Uma forma de garantir uma formação melhor.

Logo, podemos concluir que a professora ofendeu, ela não precisava humilhar e usar de afirmações que denegrissem os acadêmicos. Contudo, ela pode ter denunciado com suas ofensas uma verdade, há muita decepção e falta de conhecimento em sala de aula. A educação tem problemas de despreparo. Acredito que esta seja a principal ofensa que a escola sofre. Uma verdade que agride toda a sociedade. A quem devemos culpar por este assédio moral?

 

https://www.facebook.com/radiocbnmaringa/videos/535730043552665/

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