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20 de abril de 2024

Meu pet tem diabetes. E agora?


Por Dra. Ana Bolfer Valencio Publicado 12/03/2019 às 11h08 Atualizado 20/02/2023 às 12h58
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Olá pessoal! Hoje quero falar de uma área que eu particularmente gosto e estudo muito: endocrinologia veterinária. Ela envolve o diagnóstico e tratamento das doenças endócrinas como a diabetes, por exemplo.

Muita gente nem imagina que um cão ou gato podem desenvolver diabetes, mas sim, eles podem! E eu digo “desenvolver” pois uma série de fatores podem fazer com que seu animal se torne diabético.

Mas afinal, o que é a diabetes? A diabetes é uma doença endócrina onde o pâncreas se encontra incapaz (completamente ou parcialmente) de produzir e secretar insulina, um hormônio responsável pelo metabolismo de açúcares no sangue. Como consequência, o animal fica constantemente em picos de hiperglicemia (alta concentração de açúcar no sangue) e uma série de outros sintomas que explicarei mais a frente.

E não para por aí! Essa alta quantidade de açúcar no sangue, que não deveria existir em um animal sadio, pode causar sérias consequências e até levar o animal a óbito!

Existem dois tipos de diabetes: tipo 1 ou insulino-dependente, muito comum em cães e raro em gatos, e o tipo 2, onde o que acontece é uma resistência a insulina. Esse segundo tipo é raro em cães e é o mais frequente em gatos.

O que pode causar a diabetes?
A diabetes geralmente ocorre pela combinação de predisposição genética + estilo de vida (principalmente obesidade e sedentarismo).
A obesidade tem sido muito discutida e sua relação com a diabetes é até um pouco óbvia. A alimentação é de suma importância quando estamos falando de um bom funcionando do sistema endócrino. Animais obesos tendem a apresentar uma resistência a insulina, o que faz com que o quadro de diabetes seja estabelecido, além de uma série de outras alterações que podem surgir devido ao sobrepeso.
Agora, atentem a outra causa importante e um alerta aos tutores:
A secreção de insulina depende de vários mecanismos metabólicos e hormônios e vai muito além da relação insulina + glicose. O que muitas pessoas não sabem é que até alguns medicamentos amplamente utilizados (em sua maioria das vezes utilizados de maneira incorreta e desnecessária) podem também causar a diabetes, como por exemplo os corticóides. Eu observo que muitas vezes os corticóides são prescritos em algum momento na vida do animal e funcionam de maneira milagrosa aos olhos do tutor pois aliviam um quadro de coceira, de dor ou algum tipo de inflamação, por exemplo. Esse medicamento é guardado em casa e assim que o animal fica doente novamente o tutor não pensa duas vezes em medicá-lo com a “fórmula mágica”. Essa administração sem orientação veterinária é muito perigosa e pode levar a ocorrência da diabetes.

Quais raças são mais predispostas?
As raças mais predispostas como: spitz, golden retriever, whippet, schnauzer e pinscher.

Quais os sintomas da diabetes?
O animal começa a ingerir uma grande quantidade de água (polúria), urinar mais (polidipsia), comer mais (polifagia) porém com perca de peso. Geralmente esses animais tem entre 4 a 10 anos de idade e em sua maioria são fêmeas.
Muito frequentemente, os tutores não observam qualquer alteração relacionada a esses sintomas que eu citei acima e então o animal progride para um quadro mais grave onde a glicemia está completamente descompensada o que leva a ocorrência de alguns sintomas mais complicados como: catarata, doença renal, sinais neurológicos e coma.

Tem tratamento?
Claro! A insulina está aí para isso, tanto para os humanos como para os animais. Atualmente a insulinoterapia é muito segura no tratamento da diabetes em cães. Caso seu animal seja diagnosticado, você e seu veterinário deverão ser uma equipe em prol da saúde do seu melhor amigo! O tratamento da diabetes exige empenho e comprometimento, aplicações diárias de insulina (algumas vezes mais de uma vez por dia) e visitas periódicas ao veterinário para monitoramento da glicemia e possíveis correções na dose de insulina. Exames de rotina também são importantes para acompanhar rins, pâncreas e o organismo do animal num geral, buscando sempre minimizar as chances de complicações.

Tem cura?
No caso dos felinos diabéticos pode sim ocorrer a remissão da doença após 1 ou 4 meses de tratamento (medicamentos, insulina e DIETA!). No caso dos cães, a insulinoterapia, dieta e outros cuidados são para o resto da vida.

Qualquer dúvida estou a disposição!
Um abraço!

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