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25 de abril de 2024

Fake news


Por Bloco de Notas Publicado 02/11/2018 às 13h00 Atualizado 18/02/2023 às 20h21
 Tempo de leitura estimado: 00:00

As hoje chamadas fake news nada mais são do que notícias falsas. Assim como mouse, shopping e o interesse por guerras em países com petróleo – principalmente no Oriente Médio -, esse termo é mais uma invenção norte-americana.

Eu, uma pessoa old school e em certo sentido brasilianista, diria que prefiro dizer notícias falsas a fake news e diria que sou contra a utilização de expressões em língua inglesa em um texto de língua portuguesa. Eu diria tudo isso não fosse o fato de eu ter usado uma expressão na língua de James Joyce e não na de Luís de Camões na frase anterior. Fiquemos com o nosso estrangeirismo, então. That’s right?

Na prática, a chamada fake news é algo falso que busca soar verdadeiro. Em certo sentido, é tipo o Capital Inicial: diz que é rock mas não é.

Muitas vezes, há sites com nomes similares aos de portais noticiosos que publicam inverdades. Tudo não passa de balela, claro, mas o objetivo é enganar a população para favorecer uma pessoa em detrimento de outra. Costumeiramente, o texto fantasioso pede ao leitor que faça o compartilhamento da mensagem ao final. É a mentira 2.0 que tem alcance estratosférico, gerando mais danos ao Brasil do que a temporada 2007 de Malhação.

A Bíblia diz que o diabo é o pai da mentira. E não, isso não é algo falso. Tá lá no livro sagrado: São João 8:44. Das fake news, portanto, o capiroto também é o progenitor. Há tantos filhas e filhos dele por aí que essa paternidade daria inveja ao saudoso Mr. Catra.

(“O apóstolo João era comunista! Ele e mais 11 pessoas seguiam um barbudo cabeludo que desrespeitava as ordens impostas. #ForaDiscípulos #ApóstoloboméApostolomorto #HerodesePilastosnaPresidência”)

Nesta eleição, vencida democraticamente por Jair Bolsonaro, as fake news tiveram um espaço muito grande em nossas vidas. O WhatsApp foi o principal meio de transmissão das falácias. Isso foi tão ruim e prejudicial que até faz parecer normal você abrir um gemidão no meio de uma reunião de negócios ou durante um velório.

Os propagadores de notícias falsas estão bem articulados. A Folha de S. Paulo, a TV Globo, a Revista Piauí e tantos outros meios de comunicação já trataram sobre o fenômeno. Tem muita gente lucrando com esse compartilhamento. Quem sai perdendo somos nós, jornalistas, que buscamos dar a informação de maneira que ela fique mais próxima à verdade possível. Perde, também, a população que quer saber a verdade. Em outras palavras: todo mundo perde – só que poucos se dão conta disso agora.

O fato triste em relação a isso é que muitas pessoas, por conta das fake news, não se importam mais com a verdade. A histeria é coletiva, ao ponto de a Globo ser chamada de comunista, a Folha, de petista, e o maringaense, de bom motorista.

Tem gente, aliás, compartilhando que o PT queria tornar o Brasil socialista, que iria fazer daqui uma Nova Venezuela, que iria encampar os jornais. Bom, se fosse o partido dos anos 1980 a gente até poderia pensar nisso. Agora, o atual?

De modo geral, nossa população ainda não sabe identificar realmente o que é fato e o que é fake. Ainda temos um longo caminho para resolver isso. Esperançoso que sou, sonho um dia em descobrir que as pessoas decidiram repudiar as fake news e a consumir notícias de veículos que, mesmo errando, buscam a verdade. E, já que é para sonhar, também tenho esperança de um dia o Capital Inicial ser rock de verdade.

Ao que tudo indica, entretanto, isso só deve acontecer quando o PT governar o Brasil à moda socialista e as nossas terras se chamarem Nova Venezuela. Nesse país, aliás, dizem que alguns dos versos do Hino Nacional serão “Meu corpo viraria sol/Minha mente viraria ar/Mas só chove, chove”.

Pauta do Leitor

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