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26 de abril de 2024

Cachorro Faminto de Rubens


Por Rafael Donadio / Coluna "Ao pé duvido" Publicado 25/07/2019 às 19h33 Atualizado 23/02/2023 às 15h26
 Tempo de leitura estimado: 00:00

O gaúcho Rubens Vinícius formou e integrou muitos projetos desde a caminhada do Rio Grande do Sul até São Paulo, passando pelas calçadas do Rio de Janeiro e diversas outras paradas nos caminhos percorridos em caronas. Como Jack Rubens, o músico é responsável pelas cordas do duo Mescalines e diversos outros instrumentos em Mustache & Os Apaches. Como Rubens, o músico nos apresenta o primeiro disco da carreira solo: “Existe um Cachorro Faminto na Minha Barriga Latindo Pra Você” (2019).

“Existe um Cachorro…” é um lançamento do selo candango Quadrado Mágico, produzido e mixado por Tomas Oliveira e Rubens no estúdio Gerência. Para gravar as oito composições próprias, Rubens se armou de guitarra, violão e voz e juntou uma multidão de amigos: Adriano Canetta (sax e flauta transversal), Axel Flag (backing vocal), Carolina Zingler (backing vocal) Caroline Karpinska (violino e backing vocal), Diruahu (congas, leguero, pandeiro e agogô), Juliana Schmidt (violino), Mariana Costa (backing vocal) e Reynaldo Izeppi (trompete e flugelhorn).

“Filantrópico” é a definição que o próprio músico dava para o trabalho em 2016, quando gravou os dois primeiros singles: “Durepóxi” e “Existe Um Cachorro Faminto Em Minha Barriga”. Influenciado por Woody Guthrie, Blind Willie Johnson, Fela Kuti, Dorival Caymmi, Atahualpa Yupanqui, Vladimir Maikovski e Simón Bolívar, o som de Rubebns brada/uiva sobre revolução, amor, reforma agrária, resistência e diversos outros assuntos pertinentes ao Brasil contemporâneo. Tudo muito bem explicado no manifesto que o músico lançou com o disco no Youtube:

Como um cachorro faminto latindo
Com semblante de quem
Viu o nascer de mil sóis
Através de rédeas e antolhos

Como o bramir de Maiakovski
Rosnando entre as brumas dos meios
Dos reis, juízes carrascos…
Agora te entendo, Robespierre!!

Em meio aos signos do apocalipse
Enquanto planam os condores
Controle do estado e consciência
Viroses, epidemias e abelhas em extinção

Hoje a lua é cheia…
e o cachorro uiva de tédio!
Do complexo, do boçal
Tiranos, milicianos…
decadência!

Enquanto no centro comem pombos
Consumo o agro e o pop
Vomito e lambo o vômito
Nos pés das estátuas de mármore esculpidas

Nos super-mercados vigilantes
Os vendedores são muito educados
Enfim perpetuando seus papéis
Agora que todos são atores
E sobrevoam as moscas varejeiras

E o lobo segue bramindo
Jamais cairei aos teus pés
Jamé, jamé,jamé!
Jamais vou me render como os teus malditos súditos!?

Licença para uivar!

Foto da capa: Lua Wagner

Pauta do Leitor

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