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18 de abril de 2024

Salve Combo X


Por Rafael Donadio / Coluna "Ao pé duvido" Publicado 14/06/2019 às 19h45 Atualizado 22/02/2023 às 23h27
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Dois importantes pilares do Manguebeat juntaram forças para erguer mais uma obra importante da cena musical pernambucana. O percussionista Gilmar Bolla 8 (ex-Nação Zumbi) e o tecladista Bactéria (ex-Mundo Livre S/A) lançaram no último dia 7 o segundo disco do grupo Combo X, “Meu Brinquedo”.

“É uma homenagem a alegria do universo dos brincantes e folguedos populares de Pernambuco”, explica Gilmar. Não à toa, o prelúdio do álbum tem o mesmo tom que “Monólogo ao Pé do Ouvido”, primeira faixa do álbum debute de Chico Science e Nação Zumbi. Um tom de referência a cultura popular e apresentação ao que há por vir nos próximos 37 minutos: “Salve os mestres da cultura popular, salve meus antepassados de África, salve a música, salve a dança, salve a literatura brasileira. Salve os brincantes e toda brincadeira”

“Meu Brinquedo” tem, sim, a mesma proposta que tiveram os mangueboys, no começo da década de 1990, de junção entre elementos da cultura popular com elementos do pop. Mas, nesse trabalho, as dez faixas recebem novos ares, provavelmente de artistas da nova geração pernambucana, que Gilmar diz admirar, como Amaro Freitas, Flaira Ferro e Juliano Holanda.

A mistura resultou em uma espécie de maracatu frevo grooveado, que recebe em duas músicas as rimas de Gog e Sombra, representantes da antiga e da nova escola do rap nacional, gênero que marcou a história do bloco Lamento Negro, do qual Gilmar fazia parte. O disco termina com um frevo marcante e, sabendo da saída conturbada de Gilmar da Nação Zumbi, acho que “Cifrão” tem endereço certo: “Os beats se transformam em moedas, dando gosto a nossas vontades. As notas sacadas e contadas na estrada, o vento não deixou nada parar. A nação correndo atrás do cifrão que chega para poucos.”

Em 2012, Gilmar convocou um time do bairro de Peixinhos, em Olinda, para apresentar um arsenal poderoso de alfaias, timbales, baterias e muitos efeitos. Estava formado o Combo Percussivo – era assim que chamava a Combo X no começo. Com seu disco de estreia, “A Ponte” (2013), Gilmar Bolla 8 recebeu quatro indicações ao Grammy Latino, passou por palcos disputados de festivais como o Rec-Beat, e deixou uma sonoridade explosiva de ritmos africanos combinados a elementos tradicionais da cultura popular nordestina.

Após quatro anos de gravação e produção, “Meu Brinquedo” nasceu, gravado e produzido com recursos próprios. As gravações começaram ainda em 2015, nos Estúdios Casona, em Candeias, e de Buguinha, em Olinda. “Sempre que pintava uma graninha a gente investia, chegamos a gravar fiado”, lembra Gilmar. Atualmente, Combo X também conta com Rinaldo Carimbó (percussão) e Izídio Lê (sopros).

Além da assinatura do tecladista Jadson Vale, o Bactéria, na direção musical, o disco também conta com a produção de Eduardo Bidlovski, mais conhecido como BiD – o mesmo que assina a produção de “Afrociberdelia” (1996), da Chico Science & Nação Zumbi, “Por Pouco” (2000), da Mundo Livre S/A, e “DJah”, recente lançamento sobre a obra de Djavan em reggae. A masterização é de Felipe Tichaeur, do estúdio Red Traxx Mastering, em Miami.

https://www.youtube.com/watch?v=YiA4VUWLU-o

Foto da capa: Karla Fagundes

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